Os trabalhadores da Fiocruz, em Assembleia Geral da Asfoc-SN na tarde desta terça-feira (07/03), decidiram por unanimidade paralisar suas atividades por 24 horas no próximo dia 15 de março. A paralisação nesse dia, indicada pelas principais Centrais Sindicais do país, também foi orientada pelo Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). O movimento unificado repudia a Proposta de Emenda Constitucional 287/16 que, caso seja aprovada, desmonta a Previdência Pública, retira direitos e prejudica milhões de trabalhadores.

Aproveitando também o simbolismo do Dia Internacional da Mulher, a Assembleia deliberou pela realização de um grande Ato nas escadarias do Castelo, amanhã (08/3), às 12 horas. “Essa PEC atinge todo mundo, mas em especial prejudica muito as mulheres. Vamos fazer nesta quarta um belo Ato no Castelo e, logo depois, partiremos para a Uerj, onde também haverá uma manifestação. De lá, seguiremos para a Candelária, num movimento amplo e unificado das mulheres”, disse Justa.
O Ato no centro da cidade fortalece o movimento internacional em repúdio à opressão contra as mulheres. Terá concentração a partir das 16 horas, na Candelária. A Asfoc disponibilizará transporte para os interessados, saindo da Estação do Trenzinho às 13h30.
O vice-presidente da Asfoc, Paulo Garrido, lembrou que o movimento contra essa e outras medidas “nefastas” está numa crescente, citando diversas ações do Sindicato, em conjunto com outras entidades dos servidores, desde o início do ano. “Já fizemos uma caravana a Brasília com os aposentados, promovemos seminários e debates, participamos de discussões e força-tarefa no Congresso Nacional com os coordenadores regionais, e estaremos amanhã num Seminário Internacional na Câmara. Não vamos dar trégua”.
Seminário
Antes da Assembleia, na manhã desta terça-feira (07/03), a Asfoc SN promoveu mais um Seminário sobre a Reforma da Previdência no Instituto Fernandes Figueira (IFF), com a participação de Paulo Barela, responsável de Política e Comunicação da Executiva Nacional CSP- CONLUTAS e da diretora secretária–geral do Sindicato, Luciana Lindenmeyer. Além de tirar dúvidas dos trabalhadores, vários pontos foram colocados em pauta, como as mudanças na história da seguridade social no Brasil, o mito do déficit da previdência e a forte injustiça cometida contra as mulheres neste processo.
De acordo com dados apresentados por Barela, ainda há uma diferença de cerca de 30% dos salários das mulheres brancas em relação aos homens brancos. No caso das mulheres negras, é ainda pior; a diferença chega a 40% se comparada ao que ganham os homens brancos. Barela explicou que “a estrutura do sistema corrobora o ataque às mulheres”.
A Reforma da Previdência proposta pelo governo agrava ainda mais a situação de desigualdade entre os gêneros. Barela analisou a PEC 287/16, a situação de desemprego estrutural entre as mulheres, e calculou que para alcançar o benefício integral os homens teriam de trabalhar até os 75 anos e as mulheres até os 84.
A proposta de reforma é ruim para os trabalhadores (principalmente do meio rural), mas ainda é pior para as mulheres!
Assista aqui a gravação na íntegra do Seminário e clique aqui para ter acesso a apresentação de Barela.