O Carnaval de 2011 entrou definitivamente para história dos Discípulos de Oswaldo. Neste ano, o bloco comemora 10 anos de existência. Há uma década misturando conscientização política e social e pitadas de humor e irreverência, o bloco se destaca pelos seus enredos voltados para o fortalecimento da cidadania e das ações na área da Saúde. Desta vez, para festejar este marco e comemorar esta data mais que especial, o tema de Carnaval deste ano renderá a homenagem a quem sempre proporcionou alegria e diversão aos foliões de Manguinhos: o Bloco Discípulos de Oswaldo.
Fundado em 7 de dezembro de 2001 no tradicional Bar do Chico, o bloco surgiu após o trabalho, numa conversa de amigos da Fiocruz, entre uma cerveja gelada e outra. Desde então, o Discípulos sempre desfila pelas ruas do Amorim, na quarta-feira antes do Carnaval, e é considerado um dos melhores blocos da cidade pelo clima de paz, alegria e harmonia entre os moradores do entorno e funcionários da Fundação. Mas a Festa do Momo não fica limitada ao desfile! Os ensaios e a escolha do enredo, além do concurso de sambas enredo (criado em 2006), sempre acontecem no início de cada ano, no Estação Asfoc, no Bar do Chico ou na Padaria do Amorim, local atual de concentração do desfile. |
O nome do bloco, “Discípulos de Oswaldo”, é uma homenagem ao sanitarista, cientista e epidemiologista Oswaldo Cruz, responsável direto pela criação do Castelo, em Manguinhos; e seu patrono, o grande sambista Nélson Sargento. “Na ocasião surgiam muitos blocos nas zonas Norte e Sul e, então, na gestão da diretora Rita Mattos, criamos o Discípulos. Fizemos uma confraria e logo após decidimos batizá-lo. Surgiram vários nomes, até que alguém gritou ‘Discípulos de Oswaldo’, e a aprovação foi imediata”, revelou o atual diretor Sócio-Cultural, João Carlos, o Profeta.
A partir de então, como no dito popular, “o bloco foi pra rua” todos os anos. O designer Flávio Tavares criou o logotipo do Discípulos a partir de um desenho do renomado cartunista Mayrink, servidor aposentado da Fiocruz e ex-diretor da Asfoc-SN. O lema “O nosso bloco é só alegria” é marca registrada do Discípulos e sempre entoado por Dudu Botelho e Leonardo Bessa, intérpretes oficiais desde a fundação da agremiação – a cavaquinista Waléria do Cavaco também acompanha a dupla desde o primeiro desfile, em 2002.
No início do bloco, os sambas eram encomendados a Dudu Botelho e Leonardo Bessa. Algumas vezes tinham apenas um pequeno livro, como em 2005, quando compuseram o samba-enredo, sobre os “100 anos da Revolta da Vacina”, em apenas 24 horas. Em 2006, o esquema da composição mudou e qualquer pessoa que se achasse capacitada a compor um samba dentro da realidade do bloco poderia concorrer.
No primeiro ano em que isso aconteceu dois moradores do Amorim, Valmir e Celinho, foram os ganhadores. O concurso foi um sucesso e passou a fazer parte da programação do Discípulos de Oswaldo. Apenas em 2008, em função do calendário apertado de Carnaval e do grande volume de demandas sindicais, o enredo voltou a ser encomendado – desta vez aos compositores César Fadel e Pecê Ribeiro, com “Ouro de Tolo”, uma crítica bem-humorada ao legado deixado pelos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, em 2007.
OS DESFILES
Sempre que ganha as ruas do Amorim, o Bloco Discípulos de Oswaldo tem três objetivos bem claros: animar as comunidades do entorno da Fiocruz, conscientizar essas comunidades sobre prevenções para uma boa saúde e os acontecimentos políticos, além de integrar moradores da região e funcionários da Fiocruz.
A reação da comunidade quando o Discípulos de Oswaldo passa é de pura alegria e todos entendem o que o bloco transmite durante a folia. “A Fiocruz sempre buscou ter uma relação positiva com a comunidade que a cerca, e essa relação é a melhor possível. A criação do Discípulos de Oswaldo, desfilando e animando a população, melhorou ainda mais essa relação. Como alguns funcionários são moradores desta comunidade, sempre que a Asfoc-SN precisa tem o apoio total do Amorim”, revelou Profeta.
Com o passar dos anos, mudanças significativas aconteceram no bloco: os sambas-enredos deixaram de ser encomendados para haver concurso; o ponto de concentração foi alterado a pedido da comunidade; adereços de mão e cabeça passaram a fazer parte da fantasia e cartazes irreverentes para animar os foliões também integraram o desfile…
Nada mudou em relação à animação dos foliões e à essência dos Discípulos de Oswaldo. Pelo contrário! Reforçou as caracaterísticas de conscientização e crítica do bloco, transformando temas, como os problemas enfrentados pela Saúde, os descasos da autoridade públicas e a luta dos trabalhadores pela veia das atividades sindicais, em versos e refrões de samba-enredo. Este é o lema do bloco!
Confira a lista dos enredos:
2002– Reivindicação para o aumento dos salários
2003– Homenagem ao recém-eleito presidente Lula
2004– Homenagem a Sérgio Arouca, falecido no ano anterior- “Deu Arouca no Carnaval”
2005– “100 anos da Revolta da Vacina”
2006– “Pode vir quente que estou fervendo de amor”
2007– 21 anos de atividade sindical da ASFOC-SN – “Asfoc e luta, alegria, unindo os trabalhadores e moradores de Manguinhos”
2008– Protesto contra as obras do Pan-Americano – “Pan-Demônio”
2009– Dengue- “Dengue…ontem, hoje e até quando?”
2010– “A Natureza pede socorro!”
2011 – “10 anos de Discípulos de Oswaldo”
DESFILE DE 2002
A estreia do Discípulos de Oswaldo aconteceu em 6 de novembro de 2002 e, como não poderia deixar de ser, o samba-enredo misturou a homenagem ao cientista e sanitarista Oswaldo Cruz ao protesto pelo aumento de salário dos trabalhadores. O bloco saiu da concentração do tradicional Bar do Chico, na Rua Castro Tavares, e percorreu as ruas do Amorim numa alegria contagiante. Com muita irreverência, os Discípulos deram um show à parte e mantiveram a tradição do verdadeiro Carnaval de rua do Rio.
Devido ao enorme sucesso do evento, o bloco passou a fazer parte do calendário anual do projeto cultural da Asfoc. Neste ano, espetáculos à parte foram o batismo do bloco, feito por Nélson Sargento, e o show da bateria da União da Ilha, que desfilou com o bloco.
Sempre preocupados com a saúde dos Discípulos, os diretores do bloco distribuíram camisinhas e panfletos sobre a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e da dengue.
O logotipo do bloco, em forma de estandarte, criado pelo designer Flávio Tavares a partir de um desenho do cartunista Mayrink, também foi apresentado aos foliões. Era a imagem do Castelo de Manguinhos com diversas carinhas olhando pelas janelas do Castelo, com a inscrição “Bloco Discípulos de Oswaldo”.
O primeiro samba foi encomendado a Dudu Botelho e Leonardo Bessa, intérpretes renomados de tradicionais escolas de samba carioca. Durante o percurso eles também foram os encarregados de puxar o samba, acompanhados por Waléria do Cavaco.
DESFILE DE 2003
No segundo ano de desfile do Discípulos de Oswaldo, os diretores da Asfoc-SN ainda estavam empolgados com o sucesso do ano anterior. A eleição do presidente Lula foi um fato marcante no início de 2003, principalmente para a diretoria do Sindicato, que acreditava no sindicalismo voltado para a defesa dos direitos dos trabalhadores. O povo brasileiro, por sua vez, estava entusiasmado, pois pela primeira vez havia eleito um representante da classe trabalhadora no Brasil. Foi neste clima que nasceu o enredo de Dudu Botelho e Leonardo Bessa, inspirado num belo samba que falava em “pacto social” e “corrente de esperança”.
Neste ano, o desenho da camisa do bloco também enfatizou a vitória de Lula nas urnas. Cartazes com frases irreverentes surgiram pela primeira vez e adereços de mão e de cabeça fizeram parte da fantasia oficial do Discípulos de Oswaldo. O samba foi acompanhado por uma das melhores baterias cariocas, a bateria da União da Ilha, além da cavaquinista Waléria do Cavaco.
DESFILE DE 2004
Seguindo a tradição de unir samba e Saúde, o Discípulos levou para a “Avenida” a história do sanitarista Sergio Arouca. Falecido em agosto do ano anterior, a data de morte de Arouca coincidiu com os 25 anos da Asfoc. O bloco saiu com camisas estampadas com a caricatura de Arouca, feita pelo genial cartunista Ziraldo, um dos amigos do sanitarista.
O samba, novamente composto pela dupla Dudu Botelho e Leonardo Bessa, tinha como tema “Deu Arouca no Carnaval”, em alusão ao nome do sanitarista. Arouca foi lembrado pela forma marcante e revolucionária de condução na presidência da Fiocruz. Modernizou a administração, estabelecendo mecanismos de gestão colegiada e participativa e nomeando diretores eleitos pelas Unidades, e criou o Conselho Deliberativo da Fiocruz como instância máxima de deliberação. Sempre preocupado com a democratização da Fiocruz, Arouca recuperou a então Associação dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz-ASFOC (hoje Sindicato), promovendo eleições diretas para a sua diretoria.
À frente da bateria, pela primeira vez, estava o Mestre Faísca, do Império Serrano. Como não poderia deixar de ser, a bateria deu um show à parte com as tradicionais paradinhas. Leonardo Bessa e Dudu Botelho soltaram a voz e no terceiro ano de desfile o Discípulos entrou definitivamente para a programação do Carnaval dos moradores do Amorim.
DESFILE DE 2005
Em seu quarto ano de desfile, o Discípulos de Oswaldo fez um enredo em homenagem ao sanitarista Oswaldo Cruz e à “Revolta da Vacina”, que completava 100 anos. Novamente Dudu Botelho e Leonardo Bessa foram responsáveis pela composição. A bateria ficou a cargo do Bloco Único, da Comunidade do Amorim, apadrinhado pelo Discípulos, e foi comandada pelo mestre Jangada.
Fazendo referência ao enredo, pela primeira vez os foliões utilizaram adereços de cabeça, com enormes seringas nos chapéus. Cartazes também ilustravam o desfile, como “São Pedro é Discípulos” e “Em terra de olho quem tem cego é rei”, davam um toque de humor ao já tradicional Carnaval no Amorim. Os bonecos de Olinda, vindos de Pedra de Guaratiba-RJ, foram destaque na alegoria.
DESFILE DE 2006
O ano de 2006 começou com uma mudança no samba do bloco. Agora não mais seria encomendado aos intérpretes oficiais dos Discípulos, Dudu Botelho e Leonardo Bessa. Ficou decidido que haveria um concurso para escolher o samba vencedor, dando oportunidade para que compositores da comunidade ou funcionários da Fiocruz pudessem mostrar seu talento. O tema do ano eram as febres (maculosa, aftosa e gripe aviária). Na final do concurso, a comissão julgadora decidiu pelo samba de dois moradores da comunidade: Valmir do Amorim e Celinho, com o samba-enredo “Pode vir quente que eu estou fervendo de amor”. O enredo, além de chamar a atenção das autoridades, mencionava os principais sanitaristas do país, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Sergio Arouca.
DESFILE DE 2007
Aproveitando o sucesso do ano anterior, os diretores do bloco repetiram a dose e novo concurso foi realizado para a escolha do samba. O enredo homenageava a ASFOC-SN e os 21 anos de atividades sindicais da Associação, com o samba “ASFOC é luta, cultura e alegria, unindo trabalhadores e moradores de Manguinhos”. Desta vez, o vencedor foi um funcionário da Fiocruz, o médico Pedro Jonathas, juntamente com os compositores Mário Broder, Tibu, Arnaldo Alencastre e Zezinho Moura.
As conquistas da Associação, além de serem cantadas nos versos do samba, foram destaque nas alegorias dos foliões. Aumentos salariais históricos, melhorias para a carreira de Ciência e Tecnologia, Plano Bresser e Plano Próprio estavam estampados em camisetas e adereços de mão. Todos os ex-diretores gerais da ASFOC foram lembrados em cartazes bem humorados. Na bateria um charme especial: a ala de tamborins era formada, em sua maioria por servidoras da Fundação.
DESFILE DE 2008
Em seu sétimo ano de desfile, o bloco Discípulos de Oswaldo apresentou algumas novidades. A primeira delas foi a bateria “Batuque Maior”, projeto social integrado por trabalhadores da Fiocruz e vinculado à Diretoria de Administração do Campus (Dirac), comandada pelos mestres Barata e Jangada. O calendário apertado, em função de o Carnaval ser na primeira semana de fevereiro e do prolongamento das negociações da campanha salarial, atropelou a preparação para o desfile do bloco. Por causa disso, o concurso para a escolha do samba não pôde ser realizado e o samba foi encomendado a Pecê Ribeiro e César Fadel. O enredo foi “Pan-Demônio”, uma critica bem-humorada ao legado deixado pelos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro – superfaturamento das obras; promoção dos interesses e lucros privados e promessas não cumpridas de melhoria na infra-estrutura da cidade (transporte, segurança, saúde, habitação, saneamento etc).
DESFILE DE 2009
Em 2009, o bloco transformou um velho problema da população brasileira em samba: a dengue. Entra ano e sai ano, não tem jeito, é sempre a mesma coisa! Chega o verão e lá estamos preocupados em não sermos mais uma vítima do Aedes Aegypti. Considerado um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo, a dengue ainda é problema grave no Brasil… E tudo indica que o mosquito Aedes voltará a atacar, caso as autoridades ainda permaneçam discutindo se o mosquito é municipal, estadual ou federal e não tomem atitudes concretas de combate à doença.
Sempre atento aos riscos de uma nova epidemia, o Bloco Discípulos de Oswaldo decidiu entrar no time de combate à dengue, lançando o tema: “Dengue… ontem, hoje e até quando?”. O enredo foi sugerido por uma funcionária da Fiocruz e o doutor Pedro Jonathas levou mais uma vez o título, sagrando-se bicampeão do concurso interno.
Depois de 7 anos de folia no tradicional Bar do Chico, o ponto de encontro dos Discípulos passou a ser a Padaria do Amorim, no cruzamento das ruas Sizenando Nabuco e Rosa da Fonseca. Mesmo com a mudança, o bloco continuou sendo prestigiado pelos moradores do Amorim, das comunidades vizinhas e pelos funcionários da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e em nada alterou sua fama no cenário carnavalesco carioca.
DESFILE DE 2010
Em 2010, os Discípulos de Oswaldo fizeram um alerta para a ganância e a exploração do meio ambiente pelo Homem e suas conseqüências (poluição, aquecimento global, risco de extinção da fauna). No calor produzido pelo efeito estufa ficou o cheiro de pizza no ar e o pedido de socorro da natureza. Após a apresentação dos três concorrentes, a comissão julgadora anunciou ao público o samba-enredo campeão do concurso, de autoria coletiva dos integrantes da bateria Batuque Maior. Pelo nono ano consecutivo sob o comando dos intérpretes oficiais Dudu Botelho, Leonardo Bessa e Waléria do Cavaco, trabalhadores da Fiocruz e moradores do entorno cantaram o samba-enredo ”A natureza pede socorro!”. No abre-alas os flashes se voltaram para as crianças, que, fantasiadas, resgataram carnavais tradicionais de outras épocas.
Em 2011, os foliões clamam pela comemoração dos “10 anos de Discípulos de Oswaldo”.
LETRAS DOS SAMBAS-ENREDOS DO BLOCO DISCÍPULOS DE OSWALDO
SAMBA DE 2002 (Autores: Dudu Botelho e Leonardo Bessa)
Sou Discípulos de Oswaldo
Pesquisando vim brincar o carnaval
Quatro dias de folia, descobri com alegria
A explosão que contagia bateria
Cheguei, me embalei, me encantei com a fantasia
Protestando eu vou, querer mudar meu dia a dia
Fico louco com meu orçamento, virou um tormento
Não sei mais o que cortar
O meu salário é um sofrimento
A minha família não consigo sustentar
Ó seu ministro se ligue aí!!!
Use a caneta, meu salário quer subir
Quando ainda era uma criança
Resolvi entrar na dança, estudei para me formar
Foi então, que a Fundação
Fez bater mais forte, palpitar meu coração
Pois sambando eu vou fazer. Você entender
Que no castelo Fiocruz, dei meu reino pra você
SAMBA DE 2003 (Autores: Dudu Botelho e Leonardo Bessa)
Nesse verde de esperança… eu vou
No meu branco eu peço paz e amor
Amorim e Fiocruz… Quanta magia
O meu bloco é alegria
É linda essa união
Que faz pulsar meu coração
O samba é paixão que contagia
A multidão
Lá vou eu nessa folia
Embarcar na fantasia… É carnaval
Quanta emoção… Tô nessa que legal
Pacto Social
Vem meu povo vem cantar… Na rua
Vem sambar que hoje a festa é sua
O Discípulos é show… que energia
No balanço da bateria
No céu, uma estrela ilumina
Meu desejo é um dia
Ver a vida melhorar
Brasil… Vamos juntos dar as mãos
Reforça a corrente de esperança
E sela nossa união
SAMBA DE 2004 – “DEU AROUCA NO CARNAVAL”
(Autores: Dudu Botelho e Leonardo Bessa)
Deu Arouca no samba
Não me leve a mal
Eu sou Discípulos de Oswaldo é Carnaval
Vem meu povo, vem sambar
Homenagear e matar saudade
De Sérgio Arouca sua luta é um ideal
Patrimônio nacional, saúde é felicidade
Balançou o meu castelo, reformou e fez mais belo
Importando a democracia
Nosso coruja enchendo o céu de alegria
Passeata na folia
para humanizar
Fez da saúde uma bandeira
Sanitarista de primeira
Orgulho da fundação
Que emoção, ver o meu bloco tão feliz
Lutando por cidadania do jeito que ele sempre quis
SAMBA DE 2005 – 100 ANOS DA REVOLTA DA VACINA
(Autores: Dudu Botelho e Leonardo Bessa)
E hoje meu bloco, vacina
Vacina esse povo com alegria
Nesse castelo eu sou o rei
Na fiocruz eu vou vestir a fantasia
Vou cantar e recordar a nossa história
Foi Oswaldo Cruz que acendeu a luz
Da nossa consciência
Vacinar é fundamental
Com mais saúde vou brincar o carnaval
O povo chiou e se revoltou
Que zoeira
O Rio mudou, se modernizou
Levantou poeira
Da informação veio a confusão
O povo não entendeu
Que essa atitude
Era um bem para a saúde
Foi assim que a revolta aconteceu
Eu quero
Que no futuro a ciência
Acabe de uma vez com as doenças
Fazendo um mundo mais feliz
Discípulos de Oswaldo faz a festa e contagia
No raiar do novo dia
SAMBA DE 2006 – PODE VIR QUENTE QUE EU ESTOU FERVERNDO DE AMOR
(Autores: Valmir do Amorim e Celinho)
O mundo está todo mudado
Doenças que nunca se viu
No gado, no frango ou carrapato
Tô pesquisando e alertando ao Brasil
É aviária, maculosa e aftosa
Não vacinou?
Toda febre é perigosa
Carlos Chagas, Oswaldo Cruz
Com Sérgio Arouca lá no céu
Devem estar indignados
Com o descaso do Estado
Que não cumpre o seu papel
Mas eu que sou Brasileiro
Sempre fui um guerreiro
Nunca fui de desistir
Se tem que pesquisar
Se tem que vacinar
Se liga a Fiocruz está aí
E na Ciência eu sou Doutor
Sou Discípulo de Oswaldo
Minha febre é de amor
SAMBA DE 2007 – ASFOC É LUTA, CULTURA E ALEGRIA, UNINDO TRABALHADORES E MORADORES DE MANGUINHOS
(Autores: Pedro Jonathas, Mário Broder, Tibu, Arnaldo Alencastre e Zezinho Moura)
É Carnaval
Nas ruas do Amorim
O Discípulos de Oswaldo
Vêm contar a trajetória
Da nossa Associação
Nos seus primeiros 10 anos
Asfoc não teve independência
Porque os seus representantes
Eram todos indicados
Pela própria presidência
No ano de 85 aconteceu
A democracia floresceu
Arouca iluminado
Entrega ao trabalhador
O que por direito era seu
Em 86 (86)
A primeira eleição
Atuante se elegeu
Servidor passou a ser
Cidadão na Fundação
Atuante é nossa luta é nossa história
Parabéns aos diretores
Que trazemos na memória
Atuante é nossa luta é nossa história
São 21 anos de glória
SAMBA DE 2008 – OURO DE TOLO
(Autores: Pecê Ribeiro e César Fadel)
Apesar do pandemônio
Vou superfaturar a alegria
Sou Discípulos de Oswaldo
Não quero nem saber de alegoria
No dia-a-dia sempre fomos bons atletas
Se a fome nos aperta
Driblamos o recorde da pobreza
Nadando contra a corrente
Na seca ou na enchente
Doença, baixo salário
Até mesmo sem trabalho
Medalha é sobreviver
Quero saber quem me fez pagar
A promessa que o Pan
Tudo ia melhorar
O ouro do Pan é ouro de tolo.
O povo se arrebentou de novo.
SAMBA DE 2009 – “DENGUE…ONTEM, HOJE E ATÉ QUANDO?”
(Autores:Pedro Jonathas, Raphael Pinheiro e Waldy Jorge)
Em navios negreiros
Do período colonial
O mosquito da dengue aqui chegou
E gostou
Do nosso clima tropical
Oswaldo Cruz
Há 100 anos iniciou
E foi vitorioso
Na luta contra o mosquito transmissor
Da dengue e da febre amarela
Que me deixou dengoso amor
Ai benzinho
Me socorre
To com dor no corpo
To todo mole (BIS)
E se eu fui picado
Por esse mosquito
Como é que eu vou
Ao desfile dos Discípulos?
Nos dias atuais
Ser ou não ser? Eis a questão:
O mosquito é Federal? Estadual? Municipal?
Deu no que deu, Epidemia Nacional
Sai pra lá mosquito
Tu não é meu não
Vê se voa (BIS)
Pra outra direção
SAMBA DE 2010 – “A NATUREZA PEDE SOCORRO!”
(Autor: Batuque Maior)
Sou Discípulos de Oswaldo
E não me canso de falar
Que o meu lema é preservar
A mãe natureza
Pede socorro
Vem ilustrar meu carnaval
Contra a ganância do Homem
Que devasta a floresta
Imensa é a sua ambição
Queimadas, poluentes pelo ar
Sujando as águas
A fauna em risco de extinção
Ferindo os princípios da vida
Em favor da industrialização
Rejeitaram o Kyoto
Que se dane o amanhã
Adeus, Tratado
O que importa é o Tio Sam
Todavia, não aceito essa exploração
Porque detonar a Amazônia?
Se do mundo ela é o pulmão
Junto com o povo
Eu vou te defender
E nunca vai desaparecer
REGULAMENTO DO CONCURSO PARA A ESCOLHA DO SAMBA-ENREDO DO CARNAVAL 2011
1- O Bloco Discípulos de Oswaldo e a Asfoc-SN (Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz) lança o edital para o concurso que irá escolher o samba-enredo do Carnaval 2011, cujo tema é “10 anos de Discípulos de Oswaldo”.
2- O Bloco foi criado no dia 7 de dezembro de 2001 e seus enredos têm temáticas que visam o fortalecimento da cidadania e das ações na área de saúde, sempre com um toque de irreverência, o que caracteriza o verdadeiro carnaval de rua do Rio de Janeiro. O bloco tem como principal objetivo a integração dos trabalhadores da Fiocruz com os moradores das comunidades do entorno da instituição. O desfile acontece nas ruas da Comunidade do Amorim, vizinha à Fiocruz, e tem sido prestigiado não só pelos trabalhadores da Fundação, mas também pelos moradores da comunidade.
3- O Bloco oferecerá uma placa em homenagem ao vencedor e CD gravado com os intérpretes oficiais do bloco, com o objetivo de estimular a produção cultural da sociedade e valorizar o trabalho realizado por nossa comunidade artística.
4- Poderá participar do concurso para escolha do samba-enredo do Carnaval 2011 qualquer cidadão brasileiro ou não, residente ou não no Rio de Janeiro, que se ache em condições de compor o ritmo do samba.
5- Serão considerados inscritos no concurso os sambas entregues impreterivelmente até as 17 horas, do dia 28 de janeiro (sexta-feira), na Secretaria da Asfoc-SN, Av. Brasil, 4.365 – Manguinhos.
6- Cada compositor deverá entregar no ato da inscrição 3 (três) cópias da letra do samba junto com 1 (um) CD, com o samba gravado. O não cumprimento destes requisitos acarreta automaticamente a não inscrição do samba no concurso. Não será permitido concorrer com 2 (dois) sambas do mesmo autor (compositor).
7- A letra do samba deverá ter como base os pontos abordados na sinopse do enredo (entregue junto com o regulamento e a ficha de inscrição).
8- Havendo mais de 5 (cinco) sambas-enredos inscritos, uma comissão ouvirá os CDS e selecionará 5 (cinco) sambas finalistas para a disputa da Final.
9- A escolha dos jurados, do presidente da Comissão Julgadora e da Comissão Julgadora da Final é de inteira responsabilidade da direção da Asfoc-SN e do Bloco Discípulos de Oswaldo.
10- Os sambas que cumprirem os requisitos citados nos pontos 6 (seis) e 7 (sete) do regulamento serão julgados por uma comissão, formada por 5 (cinco) julgadores.
11- Não serão permitidas modificações na letra e na melodia do samba após a entrega. O não cumprimento implica na desclassificação do samba. Ficam liberadas as correções de erros gramaticais e de acentuação.
12- No dia 3 de fevereiro de 2011 acontecerá uma reunião entre os compositores dos sambas finalistas com a Diretoria da Asfoc-SN e do Bloco Discípulos de Oswaldo. Na ocasião será realizado o sorteio que definirá a ordem de apresentação dos sambas no dia da Final.
13- A Final do concurso será realizada com os sambas classificados e cada compositor finalista deverá ter um intérprete para seu samba e um cavaquinista ou violonista para acompanhá-lo. Uma comissão, formada por 5 (cinco) julgadores, selecionará o grande vencedor.
14 – Os julgadores da Final do samba deverão atribuir notas para letra e música, SEPARADAMENTE, que variem entre 5 (mínimo) e 10 (máximo). O samba que obtiver maior pontuação, na soma das notas atribuídas pelos jurados, será considerado o vencedor. Em caso de empate, o samba que tiver obtido a maior quantidade de notas 10 (dez) dos jurados será considerado o vencedor. Caso persista o empate, o samba que tiver obtido o maior número de notas 9 (nove) será o vencedor, e assim sucessivamente.
15- Exemplo:
1ºJur 2ºJur 3ºJur 4ºJur 5ºJur
Samba L M L M L M L M L M TOTAL
A 10 9 9 10 10 10 9 9 10 8 94
B 9 9 9 10 10 10 9 9 9 9 94
C 7 6 6 7 6 6 5 6 6 7 62
D 6 7 6 6 7 6 6 5 6 6 61
E 6 6 5 5 7 7 5 5 8 5 59
Vencedor Samba A por ter maior nº de notas 10
que o Samba B (5 contra 4).
16- Ficam preservadas a soberania e a integridade da Comissão Julgadora.
17- A quantidade de passagens do samba, com e sem bateria, será definida na reunião que será realizada no dia anterior à Final com os compositores.
18- Os casos omissos neste regulamento serão decididos pelo presidente da Comissão Julgadora.