Na tarde da última quinta-feira (13/03), a Asfoc-SN realizou a roda de conversa “Mulheridades e cuidado: estratégias e perspectivas para as trabalhadoras da Fiocruz”, no auditório do sindicato e com transmissão virtual.
O evento, que integra o calendário de atividades relativas ao mês das mulheres, abordou sobre a temática do cuidado com o bem-estar e saúde das trabalhadoras da Fiocruz de todo o Brasil.
A diretora Luciana Lindenmeyer destacou a atividade como uma iniciativa de mobilização para a 5ª Conferência Livre de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, que será realizada em 26 de abril pela Asfoc, Cebes e entidades parceiras, com o tema “Saúde no Mundo do Trabalho como Direito Humano”.
Ela abordou, em uma das falas, a necessidade masculina de ter a perspectiva da divisão do trabalho, tendo a percepção de quando há uma sobrecarga ou uma disparidade nas atividades entre pessoas.
A pesquisadora do ICICT, Dalia Romero, fez uma breve apresentação sobre a política de cuidados como um bem público às trabalhadoras, através de um relatório do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI-Cuidados), composto por 20 ministérios, mais a Fiocruz, IBGE e IPEA. O documento trata de reflexões sobre o cuidado como uma necessidade e um direito de todos os trabalhadores e trabalhadoras, garantindo assim os direitos e o bom funcionamento da estrutura social como um todo.
Dalia apontou os tópicos da Política Nacional de Cuidados e seus objetivos, como a implementação de ações para a equidade de gênero e o reconhecimento da sobrecarga de trabalho às mulheres, sobretudo as mais pobres, negras e indígenas, além de visar para públicos historicamente esquecidos, como a população em situação de rua, imigrantes, entre outros. Ela afirmou que é necessário avançar com essas diretrizes no dia a dia, cuidando, assistindo e apoiando pessoas que necessitam de ajuda e ter uma abordagem responsável, centrada nas pessoas e nas suas particularidades.
Célia ampliou o conceito de cuidado como modo de prevenção, citando a academia da Asfoc-SN e a quadra, que estão disponíveis para os associados e associadas no campus Manguinhos e outros campi.
A diretora Patrícia destacou a importância da parceria da Asfoc-SN com benefícios e ações voltadas a saúde e qualidade de vida como as academias presentes nos campi da Fiocruz. Patrícia também colocou sobre a importância de um olhar mais atento para as trabalhadoras que cuidam de pais e pessoas com deficiência, pois a sobrecarga atinge a saúde mental. Falou ainda sobre a importância de cuidar da dimensão da educação financeira pois trabalhadores endividados têm mais impactos na saúde mental.
Kátia Lerner destacou a força do coletivo como multiplicador e divulgador dos direitos de cada um, afirmou que a Fiocruz já avançou nas questões relativas ao cuidado, mas que alguns casos, como mulheres de meia idade que cuidam dos filhos e de familiares/parceiros ainda estão invisibilizadas, trazendo este ponto para reflexão, devendo ter o apoio necessário. Ela também enxergou a necessidade institucional de abordar questões de saúde mental.
Servidora da Fiocruz Piauí, Elaine Nascimento abordou as dificuldades para as trabalhadoras da Fiocruz na questão da equidade de gênero e ascensão feminina aos cargos de poder sem bases para que possam usufruir destas conquistas.
Maurilia Azevedo, da Cedipa, valorizou a questão da gestão humanizada durante o cuidado após um problema de saúde envolvendo um familiar próximo e a saúde mental como fator preponderante para isso.
Luciana finalizou colocando esse evento como um ponto de partida das discussões sobre a política de cuidados do ponto de vista das trabalhadoras. Que serão necessários outros momentos para aprofundar e indicar outras estratégias coletivas de aprimoramento da política voltada para as trabalhadoras da Fiocruz.
Confira a íntegra da roda de conversa no vídeo abaixo: