A Asfoc-SN realizou ontem (21/04) sua primeira “live” para debater as políticas de governo diante da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Na edição de estreia, em parceria com a Agência Servidores, o Painel Asfoc abordou o tema “Políticas Públicas de Pesquisa e Saúde” e contou com importantes agentes destas áreas.
Além de Paulo Garrido (presidente da Asfoc), Fernando Pigatto (presidente Conselho Nacional de Saúde), Lucia Souto (presidente do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde) e Carlos Morel (ex-presidente da Fiocruz) focaram bastante na necessidade de convocação dos aprovados no concurso da Fiocruz de 2016 (excedentes) – pauta e bandeira de luta do Sindicato.
Paulinho ressaltou ainda a atuação da Fiocruz em várias frentes durante a pandemia, como pesquisa, assistência, produção e ensino. E destacou o importante papel da Fundação na área de informação e comunicação em tempos de fake news – circula nas redes sociais o boato do fim da pandemia pelo uso do medicamento cloroquina.
“A Fiocruz está cumprindo também um papel fundamental, de muita qualidade, com informações fidedignas, confiáveis e seguras”, afirmou.
O ex-presidente da Fiocruz Carlos Morel falou sobre sua preocupação com os cortes nas bolsas e nos investimentos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), duas agências de pesquisa mais importantes do Brasil.
“Não entendemos como um país pode crescer sem o apoio de hoje. O CNPq está esvaziado, com orçamento decrescendo, e quase foi à falência. A Capes está com a política de restrição de bolsas e de mudanças na filosofia da própria a agência. Isso tudo é muito preocupante”, avaliou.
A presidente do Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes), Lucia Souto, disse que o atual momento de pandemia é consequência das políticas de desfinanciamento do Estado.
“Vivemos um impacto terrível de toda a política neoliberal de um governo que não tem nenhum apreço pela ciência, pesquisa, saúde, políticas públicas neste momento crucial de uma pandemia. Uma gravíssima e sem precedentes crise sanitária e econômica social. Essa política de desestruturação das áreas públicas é muito grave, porque nada é resolvido sem Estado de bem-estar social”, frisou.
Para o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, o mais importante neste momento é a vida. Para ele, a melhor “arma” para vencer o inimigo invisível, o vírus, é o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Precisamos resgatar o SUS, que foi ferido de morte nos últimos anos. Agora, pessoas que ajudaram a agredi-lo, reconhecem como principal sistema universal de saúde do mundo. Retiraram muitos recursos da educação, pesquisa, ciência, tecnologia e saúde. Precisamos neste momento, onde a vida tem que estar em primeiro lugar, resgatar o sentido de importância do que é público, para que esteja também como prioridade dos governos e no centro da nossa luta”.
A próxima “live” da Asfoc acontecerá às 19 horas do dia 28 de abril, com o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, o ex-presidente da Fiocruz Paulo Gadelha e a secretária Sub-Regional da Internacional do Serviço Público (ISP), Denise Mota Dau.
Confira o primeiro ao vivo do Sindicato em: https://www.facebook.com/asfocsn/videos/607840279826970/