Ato conjunto reúne 400 servidores no Centro do Rio
A demora do governo em editar as duas medidas provisórias (MPs) com os reajustes salariais para cerca de 350 mil servidores, incluindo os trabalhadores da Fiocruz, gerou importante reunificação do movimento do funcionalismo público federal.
Nesta quinta-feira (14/08), cerca de 400 pessoas realizaram Ato conjunto, no Centro do Rio, pela imediata publicação das MPs e atendimento às reivindicações dos servidores (veja as fotos aqui). Trabalhadores da Fiocruz, junto com companheiros do Ibama, Arquivo Nacional, INPI, IBGE, Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, entre outras categorias, fizeram uma passeata que saiu da frente do Ministério da Fazenda até a sede do Ibama, na Praça XV.
Aos gritos de “Ô Lula, assim não dá, a MP eu quero já!” e distribuindo uma carta à população, os servidores chamaram a atenção para a quebra de compromisso por parte do Poder Executivo.
Os trabalhadores lembraram que o mesmo governo que teve pressa em fechar as negociações com as categorias, alegando questão eleitoral, agora posterga no cumprimento dos acordos. “Todo aquele açodamento, que prejudicou várias das negociações, foi deixado de lado. O governo não cumpriu sua palavra de apresentar os reajustes nos contracheques de julho”, criticou o vice-presidente da Asfoc-SN, Paulo César de Castro Ribeiro.
No início desta semana, o governo acenou com a possibilidade de enviar os reajustes apenas por Projeto de Lei, o que atrasaria ainda mais o pagamento. Ao longo desses dias, a direção da Asfoc fez uma série de contatos com parlamentares de Brasília, que garantiram não ter qualquer restrição por parte do Congresso à publicação do aumento por Medida Provisória.
Antes do Ato, os dirigentes do Sindicato enviaram e-mail endereçado ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, criticando a não confirmação de uma reunião entre Presidência da Fiocruz e ministérios da Saúde e Planejamento para solucionar o impasse na recomposição dos salários da Fundação – conforme anunciado pelo vice-presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, em Assembléia Geral realizada no dia 7 de agosto.
“O presidente Lula determinou solução, com a participação da Asfoc, no prazo de semana e passaram-se 14 dias. Por isso, é grande a insatisfação e a ansiedade entre os trabalhadores da Fiocruz, que apostam na firme intervenção de nosso ministro para reverter o descaso do Planejamento frente ao compromisso público do presidente da República”, diz o documento.
O e-mail cobrou também urgência na edição da MP e propôs que o presidente Paulo Buss fosse a Brasília para pressionar o Planejamento, junto com o ministro Temporão. No final da tarde de quinta, o ministro da Saúde informou a Paulo Buss que ligou para o ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, mas até o final desta sexta-feira nenhum encontro foi marcado.
No discurso durante o Ato Público, Rogério Lannes, presidente do Sindicato, reiterou que as bases da negociação estabelecida com a Fiocruz foram alteradas após a assinatura do acordo.
Ele acrescentou que os trabalhadores da Fiocruz estão preocupados, mas principalmente indignados e que se manterão em Estado de Greve e em Assembléia Permanente até que seja apresentada uma solução para o impasse com o governo. “Não estamos exigindo nada demais do governo, apenas queremos que ele cumpra com sua palavra”.
Diretores da Asfoc participarão no início da próxima semana de reunião da Coordenação Nacional dos Servidores Públicos Federais (CNESF), em Brasília, para articular mobilizações de âmbito nacional com as demais entidades. Eles buscarão também uma maior interlocução no Congresso e no Executivo para assegurar a publicação imediata da MP.
Ainda em Brasília, a direção do Sindicato continuará pressionando o Ministério da Saúde para que, junto com a Presidência da Fiocruz, exija a solução prometida pelo presidente Lula.
ASSEMBLÉIA GERAL
Quinta-feira (21/08)
Local: Estação do Trenzinho
Horário: 13h