Assembléia Geral dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz decidiu suspender temporariamente a greve que seria realizada a partir desta quinta-feira (22/06). Após relato da Presidência da Fiocruz, sobre reunião de emergência com o Ministério do Planejamento na terça-feira (20/06), em Brasília, os trabalhadores aprovaram proposta da direção da Asfoc de dar um voto de confiança ao compromisso assumido pelos ministérios da Saúde e do Planejamento, além da própria Presidência da instituição.
Segundo o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, a posição oficial do Planejamento e da Saúde é de que o acordo para a implementação do Plano Próprio será mantido na íntegra, conforme negociações realizadas há oito meses. Ele acredita que a Medida Provisória será assinada nos próximos dias. Uma nova assembléia, para avaliação do quadro, foi marcada para o início da próxima semana.
“O trem estava indo bem, descarrilou e agora voltou ao trilho. Mas isso não quer dizer que chegou à estação. Precisamos continuar mobilizados”, reiterou Rogério Lannes, diretor-geral da Asfoc, ressaltando que a MP tem de ser assinada até 30 de junho.
A deliberação da greve, que seria por tempo indeterminado, se deu porque o governo, em ação surpreendente, ameaçou romper o acordo acertado desde o fim do ano passado. A Coordenação da Ação Governamental da Casa Civil não estava aceitando agora que os efeitos do Plano Próprio incidissem sobre os 15% de reajuste concedidos à carreira de Ciência e Tecnologia – condição essa negociada com a Asfoc e prometida por todas as esferas do governo anteriormente.
A Assembléia contou ainda com as presenças dos vices-presidentes da Fiocruz, Ary Carvalho de Miranda e Paulo Gadelha – que também participaram da reunião com o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, João Bernardo de Azevedo Bringel. “O quadro agora é totalmente diferente de dois dias atrás. E isso, com certeza, é fruto da mobilização como um todo”, afirmou Gadelha.
Com essa nova avaliação, a Presidência solicitou que a decisão da greve fosse revista. “A direção da instituição sempre trabalhou afinada com os trabalhadores e, desta vez, não foi diferente. Estou absolutamente tranqüilo de que vamos ganhar mais essa”, completou Paulo Buss.