A Asfoc-SN – que integra a Campanha Permanente Contra a os Agrotóxicos e Pela Vida – vem a público manifestar seu repúdio a perseguição da Federação da Agricultura do Ceará (Faec) contra o pesquisador da Fiocruz Fernando Carneiro, por ter divulgado dados oficiais do Ministério da Saúde em uma audiência pública mostrando o estado como terceiro maior comercializador de agrotóxicos do Brasil por hectare de área plantada, em 2013.
Após a apresentação, Fernando Carneiro virou alvo de críticas e intimidações do setor de agronegócios, em 2015 e 2016. No fim do ano passado, em 18 de novembro, o pesquisador foi notificado em uma interpelação judicial movida pela Faec, para prestar esclarecimentos, entre outras coisas, sobre o uso da palavra “veneno”, em entrevista concedida ao Jornal O Povo, em setembro de 2015.
Além da perseguição ao pesquisador, o Sindicato rechaça ainda a tentativa de censura da Federação ao direito de informação a toda população e defende também a pesquisa livre e independente dos interesses econômicos das corporações que produzem e defendem o uso de venenos. A informação em saúde é um direito da sociedade e, como tal, deve ser ampliado no país de forma democrática, incluindo a divulgação dos impactos socioambientais produzidos pelos agrotóxicos.
A Asfoc-SN continua sua luta incansável no Congresso Nacional contra o pacote de ações da indústria do agronegócio, que tenta fragilizar a legislação e cercear as pesquisas sobre o tema.