Música, samba e carnaval foram debatidos na live “Cultura e Ancestralidade no Contexto da Pandemia”, promovida na última terça-feira (28/09) pela Asfoc-SN. Na abertura do evento digital, a presidente do Sindicato, Mychelle Alves, falou sobre sua relação com o carnaval, e a relevância da cultura para a Asfoc e em sua vida pessoal.
“O Sindicato tem uma diretoria Social e de Cultura por valorizar a área (…). Sou apaixonada por carnaval. Cresci dentro de uma escola de samba, e tenho muito orgulho de ser ‘Arrastão de Cascadura´. Quando a gente vem de origem pobre, o que eu tinha de conhecimento era através do carnaval”, revelou Mychelle.
Para se remeter ao título da live, a bióloga e integrante do Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência, a mediadora Hilda Gomes, citou o prefácio do livro “A República Cantada: Do choro ao funk, a história do Brasil através da música”, dos autores André Diniz e Diogo Cunha.
”Não existe linguagem mais universal que a música. Ouvimos música no ônibus, no carro, em casa, nas praças, nos estádios, nas festas, no supermercado. Arte brasileira mais reconhecida, a nossa música sempre foi moderna. Sua diversificação expressa a pluralidade de um país que entrou no período republicano com um discurso avançado, apesar da grande dívida social e da claudicante representação política. Cantava-se o sonho de uma sociedade liberal, mas as marcas do passado escravista ecoam até hoje”.
Para ela, a música popular ocupa um lugar privilegiado na história sociocultural do País. “Lugar de mediações, fusões, encontro de diversas etnias, classes e regiões que formam o nosso grande mosaico nacional. A música tem sido ao menos, em boa parte do século 20, a tradutora dos nossos dilemas nacionais e veículos de nossas utopias sociais”.
E completou: “As letras dos sambas contam um pouco da nossa história. Falam sobre as nossas mazelas, críticas sociais, questões também que envolvem desilusões amorosas. Mas a alegria está sempre presente”, ressaltou Hilda.
A pesquisadora do coletivo “Rede Preta”, a educadora Thayssa Menezes, ressaltou a “importância da nova geração de mulheres, homens e crianças pretas ocupar o espaço da universidade, para ter a possibilidade de ter nas mãos o poder do discurso das práticas”. “Porque o carnaval é do povo preto”, frisou.
Integrante da Comissão de Carnaval da Beija-Flor, Andre Rodrigues lembrou que a escola de samba é construída a partir do diálogo de várias negociações das comunidades pretas com os espaços de elite. “Mas sempre a branquitude está tentando, de alguma forma, tutelar isso. Ela diz quem é e quem não é”, afirmou.
Biólogo, pedagogo e assessor do Gabinete da Presidência da Fundação Oswaldo Cruz, Valber Frutuoso citou o enredo do próximo carnaval da escola de samba de Nilópolis: “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor”, cuja proposta é enaltecer as glórias e as histórias dos negros, sem deixar de abordar a luta contra o racismo. “Ocupar o lugar de direito na sociedade, com uma série de ações, atitudes e construções que a comunidade preta fez, faz e continuará fazendo”, finalizou.
Para assistir ao evento digital na íntegra acesse: https://www.facebook.com/asfocsn/videos/245222107544599/
Associação Vida e Justiça – A Associação Nacional Vida e Justiça em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid-19 entregou terça-feira (26/09) ao senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid, documento que visa a reparação e responsabilização pelas milhares de mortes evitáveis e a contaminação em massa do povo brasileiro sem o direito à vacinação e a medidas de proteção e prevenção adotadas pela comunidade internacional. O vice-presidente da Asfoc-SN, Paulo Garrido, um dos coordenadores da Associação, participou da reunião no gabinete do senador. Clique aqui e leia o documento!