A Asfoc-SN participou hoje (27/08) da sequência de debates do evento digital NOSSO SUS – uma parceria entre o Sindicato, a Agência Servidores, a Anfip, o Fonacate e o Sindlegis. Na fala de abertura do quinto episódio (“Atendimento Básico de Saúde da Fiocruz e Opas/OMS”), o presidente da Asfoc, Paulo Garrido, destacou a condução da presidente Nísia Trindade Lima à frente da Fiocruz e de Monica Padilla, na Opas/OMS Brasil – ambas palestrantes da live.
“Mulheres que, com serenidade e firmeza, estão no comando de postos-chave da linha de frente do combate à pandemia. Mulheres que têm dado exemplos de forte espírito público e dedicação a uma luta que é do interesse de todos nós. Ambas com forte reconhecimento por parte da comunidade científica, dedicadas às questões e desafios da saúde pública. Ambas com grande preparo e experiência. Requisitos que não se adquirem de uma hora para outra e que não se podem improvisar”, ressaltou.
Paulinho reafirmou que o Sindicato acompanha e participa dos debates e ações concretas para deter o avanço da Covid-19. De acordo com ele, a Asfoc busca saídas para a crise e a construção de um país inclusivo, sustentável e soberano.
“Nesta perspectiva, somos favoráveis a saídas que caminhem para uma concepção de desenvolvimento em tudo diferente das estratégias de crescimento econômico que, até aqui, só geraram concentração de renda e abandono de uma grande parte da população do Brasil e do mundo. Para a Asfoc, desenvolvimento tem que ter como objetivos prioritários e centrais o bem-estar da população e o respeito ao meio ambiente”.
Nísia Trindade Lima reforçou a importância do desenvolvimento da saúde no campo do trabalho. Segundo ela, existem 7 milhões de pessoas empregadas de forma direta na área e 14 milhões, de forma indireta. “O setor, inclusive, tem alta participação no emprego formal, que será um dos grandes desafios no mundo pós-pandemia. No país, o efeito (da pandemia) já conta com 14 milhões de desempregados”.
Sobre a Atenção Básica, complementou que a questão deve ser discutida por toda a sociedade, e não apenas pelo campo da saúde. “É uma pauta de desenvolvimento, de justiça e de cidadania”.
Substituindo no evento a representante Socorro Gross Galiano, da Opas/OMS Brasil, Monica Padilla disse que a pandemia trouxe novos desafios e colocou a saúde em situação permanente desenvolvimento. Segundo ela, temos de estar preparados em todos os níveis para trabalhar em conjunto para oferecer o melhor à população. E elogiou o sistema único de saúde brasileiro.
“O SUS é um baluarte para as Américas. Baseado numa atenção primária forte, é nossa bandeira de luta. O compromisso é sempre pensar na equidade, cidadania e no direito à saúde”, acrescentou a chefe da Unidade de Serviços de Saúde e Recursos Humanos da Opas Brasil.
No fim do debate virtual, Paulo Garrido afirmou que somente com pesquisa, bom senso e solidariedade o Brasil sairá da crise com possibilidade de construir um país melhor. Para isso, é preciso fortalecer o SUS e resolver a questão do subfinanciamento. “É preciso articular as políticas de ciência e tecnologia a uma política industrial sustentável voltada para o atendimento das demandas sociais e para os interesses do país”.
Para ele, a atenção básica e todas as políticas sociais podem cumprir um papel importante na solução dos problemas sanitários e para a saída da crise. “Saneamento básico, Saúde da Família, produção de medicamentos, vacinas e equipamentos podem contribuir para a geração de empregos e para o desenvolvimento científico e tecnológico”.
Paulinho revelou ainda que, em setembro, o Sindicato e o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) iniciam uma campanha para apoiar as ações dos Agentes Comunitários de Saúde e das lideranças das comunidades vizinhas à Fiocruz que lutam para reduzir os danos da Covid-19. Convidou todos a participarem também da campanha de Defesa da Vida e da Valorização da Ciência e da Tecnologia voltada para a saúde pública. “Uma campanha de valorização do SUS, da Fiocruz e de todas as instituições envolvidas na luta pela vida e pelo bem-estar da população”, finalizou.
Participaram da live como debatedores a médica e procuradora do Ministério Público de Contas/Pará, Deila Maia, e o presidente da Associação dos Especialistas em Políticas Públicas/Gestão Governamental (Anesp). A mediação do debate foi feita pela jornalista Vera Batista.
Para assistir ao debate virtual na íntegra, acesse: https://www.facebook.com/nossosusevento/videos/311586043450229/
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