A coordenadora do Coral Fiocruz, Maria Clara Barbosa, e o professor da Oficina de Percussão Batuca Oswaldo (Asfoc), Carlos Noronha, o Xula, afirmaram que as atividades socioculturais têm relação direta com a promoção da saúde das pessoas. O tema foi debatido na última terça-feira (15/12) durante a live “A importância das atividades socioculturais e a saúde dos trabalhadores em tempos de pandemia”, promovida pelo Sindicato.
Para Maria Clara, a melhor ideia para descrever a prática da atividade sociocultural é a de “construir, criar junto, agregar, trazer um sentimento de pertencimento e incentivar a solidariedade”. Segundo ela, isso está na contramão da ideologia da sociedade moderna, que “incentiva o sucesso individual e superficial, desagrega e traz solidão”. De acordo com a coordenadora do Coral Fiocruz, a pandemia trouxe uma “lente de aumento para o sentimento de angústia” das pessoas em relação ao país e ao mundo.
Com a impossibilidade dos encontros presenciais, Maria Clara contou que continua realizando ensaios virtuais e criando vídeos musicais, como o apresentado na abertura do evento digital, “Saúde”, dos compositores Rita Lee e Roberto de Carvalho. A produção do vídeo, segundo ela, foi pela necessidade das pessoas continuarem se agregando e pudessem se ouvir cantando juntas novamente. “A repercussão do vídeo foi uma surpresa, com mais de 14 mil visualizações, e a cantora Rita Lee postando em sua conta no Facebook. Foi muito emocionante”, comemorou.
Maria Clara revelou ainda que um dos primeiros objetivos do Coral Fiocruz era fazer com que as pessoas se relacionassem fora de seus ambientes de trabalho de uma maneira menos formal, contribuindo para uma troca saudável dentro da Instituição. “Esse tipo de trabalho não traz só saúde para o trabalhador, mas para a saúde da Instituição também”.
Mestre Xula afirmou por sua vez que, inicialmente, o projeto da Oficina de Percussão Batuca Oswaldo era o de fomentar a bateria do Bloco Discípulos de Oswaldo. Com o decorrer dos anos, a proposta mudou, passando a unir as pessoas em torno do instrumento de percussão. “O grupo se tornou uma grande família. Pessoas que mal se falavam no trabalho ficaram amigas. A música tem essa propriedade de unir as pessoas, quebrar a introspecção. É de fundamental importância a participação da cultura na questão da saúde, principalmente a mental”, frisou.
Segundo ele, o objetivo de tocar um instrumento de percussão é muito maior. “A proposta é ser feliz. Tocar o instrumento te deixa feliz e faz os outros felizes. Essa é a proposta maior”, destacou.
Para o presidente Paulo Garrido, o tema sociocultural na perspectiva sindical é uma das razões de ser da Asfoc-SN. “Essas atividades são fundamentais para a prevenção e promoção da saúde dos trabalhadores. Levamos o assunto como projeto de concepção sindical”.
A vice-presidente Mychelle Alves ressaltou a valorização do sociocultural pela Asfoc-SN. “Temos uma diretoria para o assunto. Valorizamos a cultura, que é vida, principalmente neste momento de pandemia. Estamos assistindo o quanto a cultura, a música, o samba fazem bem para a nossa alma e tentam um pouco amenizar essa dor”, finalizou.
Acesse o link e assista ao debate na íntegra: https://www.facebook.com/asfocsn/posts/3704233209636522