A Asfoc-SN participou hoje (27/07) de mais um encontro do ciclo de debates sobre direitos humanos, Saúde e território de favelas, com o tema “Agenda 2030, Declaração Universal dos Direitos Humanos e Comunicação”, no auditório do Museu da Vida. Promovido pela Coordenação de Cooperação Social e pelo Museu da Vida, os palestrantes foram a coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), Claudia Santiago; o diretor do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), Rodrigo Murtinho; e o especialista em Políticas Humanitárias e Direitos Humanos (ODS/Nações Unidas), Juliano Fiori – mediação da coordenadora da Seção de Formação do Serviço de Educação (Fiocruz), Hilda Gomes.
Durante o debate, o presidente da Asfoc, Paulo Garrido, destacou acontecimentos atuais que rompem com a liberdade de expressão e direitos humanos, como por exemplo: o caso de Rosilaine Santiago, mãe que perdeu a guarda do filho de 8 anos, por ser moradora de área de risco (Manguinhos); de militares filmando palestra de um cientista na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência sobre as ações do governo Bolsonaro; da invasão do Sindicato dos Professores de Manaus de policiais com metralhadoras a mando do Exército, em reunião que discutia atos contra o governo federal; além de o ministro da Justiça, Sérgio Moro, baixar uma portaria para deportação sumária de pessoas “perigosas”, violando a presunção de inocência para estrangeiros.
“Vivemos o caos e tirania no país. Brasil sob risco, fascismo social, violência contra as populações oprimidas, censura, degradação do estado de direito!”, ressaltou Paulinho, que ainda chamou todos para o Ato em defesa da liberdade de expressão convocado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), nesta terça-feira (30/07), às 18h30, na ABI (Rua Araújo Porto Alegre, 71, Centro).
Na abertura da Mesa sobre direitos humanos e Saúde, Claudia Santiago contou os principais desafios da comunicação comunitária como lugar de disputa de ideias e a necessidade deste trabalho para ampliar o acesso aos direitos sociais de todos. “Nós defendemos o direito de todos de existir e de viver, não somente de viver, mas de viver feliz”.
Rodrigo Murtinho enfatizou a necessidade de debater sobre a comunicação pública e criticou o jornalismo visto somente como atividade para fins comerciais. Destacou ainda que quando a informação é pluralista, pode se tornar uma ferramenta para o alcance do direito à Saúde e cidadania por todos. E concluiu falando sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS surgiu de uma expressão de diferentes grupos sociais para produzir políticas públicas. É necessário que todos possam ter voz em nossa sociedade”.
Juliano Fiori trouxe ao debate o surgimento dos Direitos Humanos num caráter histórico, surgido no pós-guerra como uma forma normativa de impedir que se cometessem os mesmos horrores deste período novamente.