O Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) lamenta profundamente a aprovação, em segundo turno, do texto-base da Reforma da Previdência pelo Senado, na noite de terça-feira (22/10). Apesar dos esforços de entidades sindicais e movimentos sociais nos últimos tempos, não foi possível barrar um dos projetos mais nefastos à população brasileira.
Testemunhamos o fim da Previdência Social. Damos mais um passo em direção à barbárie e ao abismo social. Caminhamos para a degradação da qualidade de vida que está na origem dos protestos no Chile, Equador, Honduras, Argentina e Peru.
Como bem disse emocionado o senador Paulo Paim (PT/RS), durante a sessão de ontem, “o caos só será percebido na hora da aposentadoria. Você, seus filhos, netos e bisnetos pagarão a conta: mais desigualdade, pobreza, mais concentração de renda, menos direitos sociais”.
Irresponsável, covarde e cruelmente nossas elites, o governo e a sua base de apoio no Congresso decretaram o abandono da grande maioria da população à própria sorte. Condenaram o presente e o futuro do país. Na prática, a grande maioria da população foi condenada a receber o BPC como recompensa por uma vida inteira de trabalho.
Definitivamente não é um bom momento para o país. Vivemos os rompimentos de barragens, as queimadas na Amazônia, o óleo derramado no litoral do Nordeste. Experimentamos um dos maiores índices de desemprego da história.
Assistimos ao fim da legislação trabalhista e a total precarização das relações de trabalho. Ameaças de substituição de políticas abrangentes por medidas pontuais de focalização, retrocessos, precarização e privatização pairam sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Nosso patrimônio está sendo criminosamente entregue aos interesses de grandes grupos estrangeiros. Testemunhamos a destruição de nossa plataforma de Educação, Ciência e Tecnologia.
Nossa política externa é vergonhosa, subserviente e isolacionista. Nossa economia é um amontoado de maldades desastrosas. Um desastre pilotado por um ministro incompetente e endossada por um presidente totalmente despreparado e ausente.
O Brasil sangra e chora!
Mas não vamos deixar de lutar! Continuamos em Brasília.
Ainda vamos tentar incluir dois destaques na votação de hoje (23/10), com foco nas aposentadorias especiais (concedidas a trabalhadores que lidam com atividades de risco e agentes nocivos à saúde). Junto ao movimento sindical, também estamos articulando uma reação que não descarta a judicialização de todo o processo.