Apesar da forte indignação com o corte do adicional de insalubridade, já aplicado no contracheque deste mês, os trabalhadores da Fiocruz resolveram suspender o indicativo de paralisação de três dias, que teria início nesta quarta-feira (27/01). Uma nova Assembleia, no dia 10 de fevereiro, avaliará os avanços das negociações e o rumo do movimento.
O prazo se deu por conta da confirmação de mais uma reunião com a Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, no dia 8 de fevereiro, e com a Secretaria Nacional de Articulação Social da Presidência da República, no dia seguinte. Nos dois encontros, serão discutidos mecanismos para recompor as perdas salariais geradas pelo corte da insalubridade.
Em reunião com o Sindicato, na segunda-feira (25/01), o secretário de Recursos Humanos do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, reconheceu que houve impacto salarial com a aplicação dos novos laudos e frisou que o governo está sensibilizado com a questão. Ele propôs, então, uma nova reunião com a Asfoc – também deixando em aberto a possibilidade de outra rodada de negociações para o dia 23 de fevereiro.
Por determinação do ministro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência da República, o Sindicato se reuniu, na terça-feira (26/01), com o secretário-adjunto João Bosco Calais Filho (Articulação Social). Ele afirmou que o Planejamento está trabalhando para apresentar alternativas concretas para a próxima reunião com a Asfoc e agendou novo encontro com o Sindicato, no dia 9 de fevereiro.
Presente à Assembleia, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, relatou as articulações junto ao Executivo e a parlamentares. Ele destacou conversa com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. “Contatamos o ministro e ele se comprometeu a levar a questão ao próprio presidente Lula, em encontro previsto para hoje”.
Gadelha também afirmou que o governo está sensível ao problema. “Nas articulações que fizemos nos últimos dias ficou claro que existe uma vontade política para resolver a questão. Estaremos, junto com o Planejamento, trabalhando para criar alternativas para a próxima reunião”.
O vice-presidente da Asfoc, Paulo Garrido, enfatizou que o Sindicato não ficará parado. “Não vamos simplesmente aguardar o dia 8 de fevereiro. Vamos fazer com que o dia 8 de fevereiro aconteça, que a reunião seja favorável aos trabalhadores”.
Segundo ele, o Sindicato continuará suas gestões junto ao Poder Executivo e Legislativo, que retorna do recesso na próxima semana. “Sabemos das dificuldades de encontrar parlamentares neste período, véspera do Carnaval. Mas nossas articulações continuarão. Não paramos em janeiro e também não pararemos agora”.
Numa demonstração de força e unidade do movimento, os trabalhadores encerraram a Assembleia com um grande abraço ao Castelo. “Que este seja o símbolo, a prova concreta da união institucional neste momento de crise”, frisou Paulão.
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