A Asfoc-SN e o Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz-Mata Atlântica realizaram ontem (18/08) mais uma rodada de debates sobre saúde urbana, ambiental e o direito à cidade. A terceira live, “Pandemia e o direito à cidade”, contou com a participação da pesquisadora da Fiocruz-Mata Atlântica, Célia Ravera; da mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais, Cláudia Rose Ribeiro; da coordenadora do Movimento Nacional da Luta pela Moradia, Lurdinha Lopez; além do presidente da Asfoc, Paulo Garrido, e da vice, Mychelle Alves.
Paulinho alertou sobre a importância do tema. Segundo ele, o debate é central e deve ser cobrado no programa de todos os candidatos nas próximas eleições municipais. “As cidades, para serem vivas e democráticas, precisam de espaços coletivos, onde as desigualdades devem ser combatidas. O nosso direito à cidade, que é coletivo e ligado ao bem viver, passa por ocupar os espaços públicos, pela democratização do acesso à cidade, pela garantia da mobilidade urbana e pela sustentabilidade ambiental”, listou.
Para Mychelle Alves, o tema remete à luta por moradia da sua família. Ela revelou que, na década de 1970, as pessoas de sua família sofreram um processo de remoção na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. E as lembranças são muito ruins. “A remoção foi feita de uma forma totalmente arbitrária. Minha família foi completamente separada, cada um foi para um conjunto habitacional. Sofremos o racismo geográfico. (…) O capitalismo é tão cruel que mata a população preta, pobre e a classe trabalhadora”, afirmou.
Para as três palestrantes, o poder do capital interfere diretamente na vida da população e é questão central na discussão do direito à cidade. “Na realidade, o direito à cidade é o direito do capital. O capital imobiliário e o capital especulativo financeiro são aqueles que dominam a construção da cidade”. ressaltou Célia Ravera.
“A terra no Brasil foi apropriada pelo capital e não sobrou nada para os pretos, pobres, operários e índios. Não sobrou nada para nenhum de nós porque foi apropriada pelo capital. (…) A gente não consegue perceber as nossas dores e conquistas, porque o grande inimigo de tudo isso é o capital. A cidade apropriada pelo capital é desigual, é essa a essência”, criticou Lurdinha Lopez.
“A remoção é uma ameaça, de fato, real. Pode acontecer a qualquer momento de acordo com os interesses do capital financeiro. No momento em que a região for necessária para o desenvolvimento de algum empreendimento, não tenha dúvida: a comunidade será removida, seja estabelecida há muito ou pouco tempo. (…) Os direitos constitucionais dos moradores, da classe trabalhadora, não são respeitados”, disse Cláudia Rose Ribeiro.
Para assistir ao debate virtual na íntegra, acesse: https://www.facebook.com/watch/?v=338798667165030
65 anos do Instituto René Rachou – A Asfoc-SN participou segunda-feira (17/08) das comemorações do aniversário de 65 anos do Instituto René Rachou e 77 anos do Posto Avançado de Estudos Emmanuel Dias. Na ocasião, houve um debate sobre o tema “Arranjos de trabalho durante a pandemia e pós-pandemia”, com participação do presidente do Sindicato, Paulo Garrido, e da coordenadora Geral de Gestão de Pessoas da Fiocruz (Cogepe), Andréa da Luz – a mediação foi feita pela diretora da Fiocruz Minas, Zélia Maria Profeta da Luz.
Na abertura da reunião virtual, Paulinho falou sobre o orgulho de ter a Unidade como parte integrante da estrutura nacional da Fundação Oswaldo Cruz. “O Instituto tem em seu DNA a marca de uma ciência engajada. Uma ciência que, ao se debruçar sobre o microscópio, olha para todo o Brasil, porque está voltado para o estudo dos problemas de saúde que atingem a população brasileira”.
Para o presidente da Asfoc, os servidores públicos com a pandemia confirmaram a capacidade técnica dos quadros da Administração Pública. “Prova disso é a entrega das tarefas, atestada pelo próprio governo, sem risco de continuidade para os órgãos públicos, mesmo diante da precariedade das condições impostas a grande parte dos trabalhadores”, frisou.
Para organizar as atividades laborais na Fiocruz, a Presidência da Fundação construiu um plano de contingência, instituindo um grupo de trabalho para tratar sobre as questões da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Segundo Andrea Luz, a implementação foi um grande desafio.
“O contexto trouxe o desafio de realizar um plano de ação na área de gestão do trabalho na Fiocruz, com maior destaque para as ações mais críticas referentes à saúde do trabalhador, considerando a necessidade de proteção do trabalhador e a manutenção das atividades essenciais no decorrer da pandemia”, ressaltou.
Reunião com as Regionais – Também na segunda-feira, a direção da Executiva Nacional se reuniu virtualmente com os coordenadores Regionais da Asfoc. Participaram também as assessorias de Comunicação e Jurídica do Sindicato. Na pauta: análise da conjuntura e calendário de ações para o segundo semestre.
Para assistir à fala do presidente do Sindicato, clique no link: https://youtu.be/f-9zSVB6isQ?t=3866
Para assistir ao debate na íntegra, acesse: https://youtu.be/f-9zSVB6isQ
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