No Dia Nacional de Lutas, ontem (25/04), os trabalhadores da Fiocruz aderiram ao Movimento Unificado dos servidores públicos federais, paralisando suas atividades em todo o país. Houve manifestações em vários estados. No Rio, foi realizado um grande ato no Centro da cidade (clique aqui para ver as fotos).
No dia anterior, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, recebeu os representantes das 31 entidades do Fórum Nacional dos Servidores Públicos, dentre elas a Asfoc-SN, numa nova rodada de negociações.
O discurso do governo continua o mesmo e não houve qualquer tipo de proposta efetiva. O secretário reafirmou que não há possibilidade de fazer forte expansão nos gastos de pessoal e que nos últimos nove anos os reajustes para os servidores ficaram muito acima das perdas da inflação.
Os representantes do Fórum contra-argumentaram o secretário. Disseram, por exemplo, que os acordos feitos em 2011, além de pífios, nem foram cumpridos, e que a “Mesa geral veio para ficar”. Ficou decidido que o movimento unificado reapresentará a proposta de política salarial, mas com uma readequação dos números, agora baseada em estudos feitos pelo Dieese, que levam em conta a inflação dos últimos dois anos e mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB). O estudo do Fórum deverá indicar também de onde se podem retirar os recursos para as demandas dos trabalhadores.
A SRT também não apresentou proposta em relação ao reajuste de benefícios (saúde, alimentação, transporte etc). Sérgio Mendonça disse apenas que o governo está realizando estudos para reduzir as diferenças entre os poderes, mas sem congelar as categorias que recebem acima. Uma nova reunião será marcada após a apresentação da contraproposta do movimento unificado.
No dia 2 de maio haverá uma reunião do Fórum dos SPFs para avaliar o Dia Nacional de Lutas, o fortalecimento da mobilização e definir o rumo do movimento.
CGU/Congresso Interno – O presidente da Asfoc-SN, Paulo Garrido, e a vice do Sindicato, Justa Helena Franco, estiveram reunidos ontem (25/04) na Controladoria Geral da União tentando viabilizar a vinda do ministro-chefe Jorge Hage para subsidiar as discussões para a Plenária Extraordinária do VI Congresso Interno.
O secretário Federal de Controle Interno da CGU, Valdir Agapito Teixeira, disse que colocaria na pauta de discussões o convite ao ministro, mas adiantou que a Controladoria se coloca à disposição para debater com os trabalhadores da Fiocruz mesmo após o resultado do Congresso.
Valdir reiterou que, seja qual for o modelo adotado pela Fiocruz, a CGU exercerá o controle sobre suas atividades. No entanto, ele ressaltou que há como buscar uma maior flexibilização na gestão, dentro do plano legal, sem necessariamente criar uma empresa.
Convidado a participar da reunião pela CGU, o representante do Ministério da Saúde José Carlos Silva disse que será constituído um Grupo de Trabalho interno para discutir a remodelação da Fiocruz, mas que não existe uma definição do governo sobre o assunto e que tudo ainda está no campo das intenções, que é apenas uma hipótese. Para ele, o tema em discussão, inclusive, nem é a constituição de uma subsidiária e sim de outra empresa, pública de direito privado. “Mas qualquer mudança a ser construída precisa respeitar a estrutura de governança da Fundação. Não vamos passar por cima da decisão do Congresso Interno”, frisou.