A Asfoc-SN participou hoje (08/03) da Mesa de abertura em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, promovida pela Coordenação Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe/Fiocruz). Com a presença virtual das presidentes da Asfoc, Mychelle Alves, e da Fiocruz, Nísia Trindade Lima; além da vice-presidente de Educação, Informação, e Comunicação da Fundação, Cristiani Vieira, e a coordenadora Geral da Cogepe, Andrea da Luz Carvalho, as convidadas falaram sobre os desafios colocados às mulheres durante pandemia do novo coronavírus e o compromisso da Fundação Oswaldo Cruz de reduzir as desigualdades e iniquidades sociais no país.
Mychelle Alves afirmou que as mulheres são as mais afetadas pela pandemia da Covid-19. Para defender seu ponto-de-vista, ela citou a ONU Mulheres. De acordo com a entidade das Nações Unidas, as trabalhadoras domésticas, dos setores de saúde e informal estão na pior situação. E nestes casos, as mulheres negras são as mais afetadas pela pandemia por estarem muitas vezes em condições de vulnerabilidade. Segundo o IBGE, cerca de 48% das mulheres negras exercem trabalho informal no Brasil e muitas dependem para sobreviver do auxílio emergencial.
“Sem perspectiva futura e com diminuição da oferta de trabalho, aumenta-se a possibilidade de agravar cada vez mais as desigualdades no país. A população negra e pobre é quem está sendo mais acometida pela Covid-19, e muitos têm que sair de suas casas e se expor ao risco para trazer o sustento para sua família, como por exemplo a morte do menino Miguel, que sua mãe Mirtes, trabalhadora doméstica que teve que levar o seu filho para o trabalho”, lembrou.
Para Nísia Trindade Lima, a pandemia está fortemente implicada com as questões das desigualdades e iniquidades sociais. “Sabemos que a transmissão e a circulação do vírus se dão em ambientes afetados por várias questões, a principal delas a desigualdade de classe, gênero e racial”, frisou.
Para homenagear as mulheres, Cristiani Vieira citou um poema da mineira Adélia Prado: ‘Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher… Mulher é desdobrável. Eu sou’.
“Que sejamos também solidárias umas com as outras. Que lutemos juntas por tudo que merecemos, pelos direitos e, sobretudo, pelas mulheres que estão em situação de maior vulnerabilidade. E que também saibamos convencer e dialogar com os homens ao nosso lado, porque essa é uma luta de toda a sociedade”, destacou.
Mediadora de Mesa virtual, Andrea da Luz Carvalho abriu o encontro citando a Tese 11 do Congresso Interno da Fiocruz: ‘A Fiocruz se posiciona na luta por uma sociedade mais justa e equânime, comprometida com a diversidade do povo brasileiro e suas demandas, seja nas políticas voltadas para seus trabalhadores, independente de seus vínculos, seja nas ações para usuários em suas escolas, institutos e serviços de saúde, seja nos estudos e pesquisas desenvolvidos, buscando reconhecer e enfrentar todas as formas de discriminação, exclusão e violência’.
“Lembramos sempre da Tese 11, porque é o compromisso da Fiocruz no combate à violência contra as mulheres e toda forma de discriminação. A diversidade, em vez de ser encarada como minoria, tem que ser encarada como maioria. Porque nós defendemos a democracia, o Estado de direito, que são valores tão caros hoje em dia para todos nós”, ressaltou.
CARREATA – A presidente do Sindicato, Mychelle Alves, também participou domingo (07/03) da carreata alusiva ao Dia Internacional da Mulher. Os manifestantes iniciaram a atividade no Centro do Rio, em frente à Cedae, percorreram o Aterro do Flamengo e a Praia de Botafogo e protestaram contra o governo federal e a favor das mulheres na luta pela vida, em defesa do SUS, vacina para todos, auxílio emergencial já e contra a privatização da Cedae.
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