A direção da Asfoc-SN vem a público repudiar a violência da Polícia Militar contra milhares de trabalhadores durante a Greve Geral, ontem (28/04), nas ruas do Centro do Rio de Janeiro e de São Paulo. Para o Sindicato, nada justifica a ação truculenta contra os manifestantes que protestavam de forma pacífica em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, na Candelária e Cinelândia – leia abaixo o manifesto divulgado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ) e apoiado pela Asfoc-SN.
Apesar do ataque da PM, o Sindicato avalia o movimento como positivo em todo o País. A maioria absoluta dos trabalhadores da Fiocruz aderiu à paralisação na capital fluminense. Além disso, foram às ruas se manifestar contra a demolição de direitos promovida pelo governo Temer.
Pela primeira vez história da Asfoc, os trabalhadores do Sindicato também aderiram a uma greve. Reunidos em Assembleia na quinta-feira (27/04), os funcionários decidiram, por unanimidade, se juntar ao movimento contra as reformas Previdenciária e Trabalhista. Parte deles, inclusive, participou de forma espontânea das manifestações juntos com os servidores da Fiocruz, convocadas pelo Asfoc no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em defesa da aposentadoria e dos direitos dos trabalhadores.
Pela manhã, em frente ao Into, a presidente da Asfoc-SN criticou as medidas propostas pelo governo. “Paramos contra um governo que não elegemos e está nos impondo reformas previdenciárias e trabalhistas que só retiram direitos dos trabalhadores. O brasileiro precisa dar um basta a todas essas ameaças”, ressaltou.
Justa ainda chamou a atenção para os riscos de demissão dos trabalhadores da Farmácia Popular e do fim da aposentadoria. “O governo resolveu entregar nas mãos do mercado parte da Farmácia Popular, o que a Fiocruz vinha trabalhando com qualidade no atendimento à população. A Fundação produz vacina, ciência, acolhe as comunidades de Manguinhos e forma para o Estado brasileiro. Se essas reformas em curso forem aprovadas, morreremos antes de nos aposentarmos, e se tivermos trabalho”, frisou.
Na parte da tarde, o vice-presidente do Sindicato, Paulo Garrido, ainda fez um discurso emocionado, antes do ataque da PM contra a multidão que protestava pacificamente em frente à Alerj. “No início da semana, fizemos um ato contra a violência em Manguinhos e todos estamos presentes aqui, moradores da comunidade, trabalhadores do Sindicato, estudantes e professores da Fiocruz para a Greve Geral, contra este retrocesso. Fora, Temer! Fora, Pezão! Parabéns, trabalhadores da Fiocruz! Asfoc atuante, sempre!”, gritou Paulinho aos quatro cantos.
Servidores da Fundação Oswaldo Cruz do Amazonas, Pernambuco, Minas Gerais, Ceará, Paraná e Rondônia também participaram das manifestações da maior greve da história do País.
MANIFESTO DA OAB/RJ:
EM DEFESA DO DIREITO À MANIFESTAÇÃO
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro, vem a público repudiar veementemente a violenta ação da Polícia Militar contra milhares de manifestantes que participavam de ato no fim da tarde desta sexta, dia 28, na Cinelândia.
Nada justifica a investida, com bombas e cassetetes, contra uma multidão que protestava de modo pacífico. Se houve excessos por parte de alguns ativistas, a Polícia deveria tratar de contê-los na forma da lei. Mas o ataque com métodos de tocaia e a posterior perseguição por vários bairros a pessoas que tão só exerciam seu direito à manifestação representa grave atentado à Constituição e ao Estado democrático de Direito.
O Brasil passou mais de duas décadas sob o jugo do autoritarismo. Não podemos admitir qualquer ensaio de retorno a aqueles tempos sombrios. É o alerta que a OAB/RJ, em seu papel institucional, faz nesse preocupante momento de nossa história. Democracia, sempre!
#GreveGeral #NenhumDireitoaMenos
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