A Asfoc-SN participou ontem (05/09) da abertura das comemorações pelos 68 anos da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) Sergio Arouca. A atividade inicial contou com o debate “Que país construiremos? Retomada da agenda civilizatória e reconquista de direitos”.
A escolha do tema considera as Eleições 2022 como um marco para a reconstrução de uma sociedade mais sustentável, equânime justa e democrática, além do resgate de agendas direcionadas à redução das desigualdades em saúde, ao combate à fome e à violência.
Representada pela presidente do Sindicato, Mychelle Alves afirmou que as comemorações são marcadas pela alegria e a consciência dos desafios para o país. “Desafios expressos no tema geral do evento”. Segundo ela, somos um país que devemos construir o mundo que queremos.
“Construtores que enfrentam os intolerantes, os conservadores, os preconceituosos, os exploradores, os inimigos do novo, os inimigos de uma ordem social inclusiva, sustentável e soberana. Construtores, por vezes, derrotados. Mas ainda assim construtores”.
Mychelle citou, como exemplo, que é preciso reconstruir o Museu Nacional, a Fundação Palmares, os ministérios da Saúde e da Educação, a estrutura de Ciência e Tecnologia, da Capes, da CNPq, entre outras.
“Lembramos também dos biomas destruídos pela irresponsabilidade e pela ação criminosa das queimadas, dos agrotóxicos, do garimpo ilegal e do rompimento de barragens. Lembramos da necessidade do reflorestamento e da recuperação de áreas degradadas”.
Ela disse que o país desejado pela Asfoc não está no retrato. Fala do passado e do presente, mas com olhar no futuro. “Um país que garanta um mínimo de cidadania para todos e todas. Ou seja: correções das injustiças históricas, respeito ao meio ambiente, oportunidades iguais e vida digna para todos e todas. Uma vida alegre, harmônica, saudável e capaz de realizar plenamente as suas potencialidades. Um país plural”.
A presidente do Sindicato afirmou que os desafios são imensos, mas a disposição é grande. “Queremos ressaltar a importância do Estado como instrumento de um processo civilizatório. Queremos um Estado que não estabeleça diferenças entre etnias, mas que repare injustiças. Um Estado laico, protetor da liberdade religiosa e da diversidade de orientação sexual. Um Estado que atenda aos interesses da maioria, e não negligencie as demandas das minorias. Um Estado provedor de educação, saúde, segurança e seguridade social de qualidade”.
Para alcançar o sucesso, na visão da Asfoc, é preciso ampliar a luta contra um mundo distópico, triste, vazio e demagógico. “Um mundo que ameaça com seu arsenal de mentiras e manipulações… com seus robôs que inundam as redes sociais de sujeira. Precisamos defender o bom senso, a ciência e o debate no lugar das disputas de narrativas. Precisamos defender a política com “P” maiúsculo em oposição à selvageria”.
Mychelle finalizou dizendo que, “mais do que nunca, é preciso defender a democracia como alicerce da construção que queremos erguer”.