A Asfoc-SN repudia veementemente as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre as circunstâncias da morte do jovem militante político Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Declarações desprovidas de qualquer sentimento de empatia ou respeito à dignidade da pessoa humana e à memória dos mortos de um dos períodos mais tristes da história da República brasileira. Uma declaração desprovida de equilíbrio e extremamente agressiva para com Felipe Santa Cruz e toda a sua família. Uma declaração que não se coaduna com o cargo de quem deve zelar pela justiça, pelo direito, pela paz social e por relações de civilidade no país. Uma declaração que acirra a violência no meio social. Um ato que contribui para a propagação de sentimentos de ansiedade, depressão, pânico e outras formas de sofrimento mental já experimentadas pela população nesses tempos adversos de radicalização e obscurantismo.
De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, depoimentos prestados por ex-agentes dos órgãos de repressão aos grupos que faziam oposição à ditadura levaram à conclusão que Fernando Santa Cruz foi preso em Copacabana, em fevereiro de 1974, e posteriormente morto. Segundo o delegado Claudio Guerra, um dos agentes ouvidos pela CNV, o corpo de Fernando Santa Cruz foi incinerado em uma usina em Campos, no Rio de Janeiro.
A Asfoc-SN lamenta e condena o tratamento, conferido pelo presidente da República, a um episódio terrível da nossa história recente e manifesta publicamente sua solidariedade à família de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira na pessoa de seu filho Felipe Santa Cruz.
