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Asfoc promove live especial em comemoração aos 121 anos da Fiocruz

No dia em que Fiocruz completou 121 anos (25/05), a Asfoc-SN promoveu uma live especial em comemoração pela fundação da Instituição (1900). O evento digital reuniu, de forma excepcional, a presidente Nísia Trindade Lima e os ex-presidentes Akira Homma (1989 a 1990), Euclides Ayres de Castilho (1992), Carlos Morel (1992 a 1997) e Paulo Gadelha (2009 a 2016).

Durante a cerimônia virtual, vídeos homenagearam os sanitaristas Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Sergio Arouca por suas trajetórias na Fiocruz. Várias personalidades políticas, sindicais e da saúde gravaram depoimentos parabenizando a Instituição e seus trabalhadores pela data.

Dentre eles, o pesquisador da Fiocruz Renato Cordeiro, as presidentes Solimar Mendes (Unasus), Lucia Souto (Cebes), Gulnar Azevedo (Abrasco), Fernando Pigatto (CNS); a secretária municipal de Saúde de Araraquara (SP), Eliana Honain, o coordenador Geral de Saúde do Senado, José Kairala; os presidentes Rudinei Marques (Fonacate), José Gozze (Pública Central do Servidor), Decio Bruno Lopes (Anfip) e os diretores Enio Ponte (Sind-Proifes) e Neuza Freitas (Sind-Saúde/MG).

Para a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, a mensagem mais importante dos 121 anos da Fiocruz é ciência, saúde e democracia. De acordo com ela, se não pensarmos nestes três pilares, “não conseguiremos superar essa crise tão profunda que abala o país e a humanidade”.

Ao abordar essas três dimensões, Nísia citou o trecho da introdução – dedicada à Fiocruz – do livro “Notas da pandemia”, do historiador israelense Yuval Noah Harari. Ela revelou que parte dos direitos autorais do livro foi revertida para ações de combate à pandemia – principalmente das populações em vulnerabilidade, um dos eixos de atuação da Instituição.

“Toda crise é também uma oportunidade. Com sorte, a atual crise ajudará a humanidade a compreender o período agudo representado pela desunião global. Se essa epidemia, ao fim de tudo, resultar de fato numa cooperação global mais próxima, teremos aí uma vitória não apenas contra o coronavírus, mas contra todos os perigos que ameaçam a humanidade – da mudança climática à guerra nuclear”.

E complementou ainda citando uma entrevista de Yuval Noah Harari. “Todas essas escolhas são políticas. Precisamos estar cientes de que enfrentamos agora não apenas uma crise sanitária, mas também uma crise política. A mídia e os cidadãos não devem se deixar distrair completamente pela epidemia.  É importante acompanhar as últimas notícias sobre o vírus – quantas pessoas morreram, quantas foram infectadas? Mas é também importante prestar atenção na política”.

Akira Homma parabenizou o trabalho desenvolvido por Nísia nos dois mandatos à frente da Fiocruz. Ele ainda classificou a pandemia como “terrível”, e afirmou que a Fundação persevera por trabalhar com o objetivo de oferecer as melhores medidas para o enfrentamento da Covid-19. “A Fiocruz conduzida pela Nísia tem enfrentado e encaminhado questões de forma mais positiva possível. Resgata, na verdade, o trabalho e a forma como nosso patrono Oswaldo Cruz construiu as bases desta Instituição, em 1900”.

Euclides Castilho expôs sentimentos antagônicos em relação à pandemia. Disse estar enlutado pelo número elevado de mortes por Covid no Brasil e, ao mesmo tempo, contente pela resposta dada pela Fiocruz em pouco mais de um ano de crise sanitária no país. “A Fiocruz é emocionante, como dizia Arouca. É com enorme satisfação que comemoro os 121 anos da Instituição”.

Carlos Morel deixou claro sua preocupação em relação à crise sanitária no país. Segundo ele, o quadro de pandemia associado à privação de financiamento público é muito grave. “Um desafio social, econômico, político, sanitário, todas as dimensões que se possa imaginar. E eu vejo como a Fiocruz está se privando de parcerias, porque vários parceiros nossos estão subfinanciados (Capes e CNPq, por exemplo). (…) E não é assim que se combate pandemia. Não é com mentira que se combate a pandemia. Não é com subfinanciamento. Há a necessidade de um plano de ciência e tecnologia em saúde. E não estamos vendo isso neste momento”, alertou.

Para Morel, esta pandemia de coronavírus é diferente, e “chacoalhou” o mundo, porque além de enfrentar o vírus é preciso combater os negacionistas. O ex-presidente da Fiocruz relatou sua experiência pessoal após ficar internado com Covid por 21 dias na UTI. ”Não confiem em cloroquina. Sigam a ciência, porque essa pandemia é um desafio muito sério. Tratem a ciência com respeito e com a verdade que ela merece”.

Paulo Gadelha frisou que a Asfoc é parte integrante da construção coletiva da Fiocruz. “Sem dúvida, um sindicato totalmente diferenciado, que formula, defende os trabalhadores de uma maneira extremamente competente e pensa muito no âmbito do que a Fiocruz representa, o conjunto do país, as exceções mais amplas e o projeto de nação que nós queremos”.

Gadelha também fez menção a outro ex-presidente (Luiz Fernando Ferreira), a quem considera um grande poeta, pensador, frasista e melhor intérprete da alma de Manguinhos. “Manguinhos é um mundo. É muita coisa. É razão, é lógica, método científico. ‘Fé eterna na ciência’. É fé, não é razão, é mais do que razão. Manguinhos é fantasia, irreverência, diferença e tensão. Manguinhos é bom. Tão bom, que foi ocupado desde a pré-história. É bom envelhecer em Manguinhos”.

E concluiu com um mantra da Instituição reverberado por Carlos Chagas. “Não vai demorar que passemos adiante uma grande e bela ciência, que faz arte em defesa da vida”, afirmou, acrescentando “longa vida a Manguinhos… é uma Instituição especialíssima (a Fiocruz).

A presidente da Asfoc, Mychelle Alves, afirmou que atualmente o mundo atravessa um dos maiores desafios sanitários da humanidade. Porém, a Fiocruz não deixou de cumprir a missão com a sociedade. “Somos linha de frente no combate à pandemia e estamos sempre de prontidão para o enfrentamento desse e de outros desafios. Está na nossa história, no nosso DNA. A Fiocruz foi criada com o objetivo de combater epidemias. A sociedade deposita na gente a esperança de dias melhores”.

Ela também lembrou que pesquisadores e especialistas da Fundação têm se debruçado diariamente na busca por informações que ajudem na batalha contra a Covid. “Com a transferência de tecnologia da Universidade Oxford foi possível desenvolver a produção da vacina Astrazeneca. Semanalmente, disponibilizamos milhões de doses que são distribuídas em todo o território nacional”, comemorou.

O vice-presidente do Sindicato, Paulo Garrido, falou sobre a alegria de fazer parte da história da Fiocruz. “Uma Instituição que luta por um país melhor. Por um país democrático, inclusivo, sustentável e soberano. Um país com oportunidades iguais e dignidade para todos. Quero marcar a minha alegria diante dessa reunião da presidente e dos ex-presidentes da Fiocruz. Alegria diante de uma manifestação de coesão e carinho. Zelo por nossa Instituição e por tudo que ela significa”.

No encerramento, Paulinho citou ainda o patrono da educação brasileira, o escritor e filósofo Paulo Freire: “A conscientização não é propriamente o ponto de partida do engajamento. A conscientização é mais um produto do engajamento. Eu não me conscientizo para lutar. Lutando, me conscientizo”, finalizou.

Acesse o link e assista ao evento digital na íntegra: https://www.facebook.com/asfocsn/videos/543110256685245/

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