No aniversário da Ensp, Sindicato convoca para Grupão e Grito dos Excluídos
A direção da Asfoc-SN participa nesta quarta-feira (04/09) do lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, em Brasília. Ao longo do dia, entidades representativas dos trabalhadores e parlamentares de várias frentes fazem Ato e um Seminário em defesa do emprego, contra as privatizações em curso e em defesa da soberania. Agendas das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, que a Asfoc apoia desde a sua construção e ajuda a organizar e convocar.
O seminário conta com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff e dos ex-candidatos à Presidência da República Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL). Estarão presentes também o ex-chanceler Celso Amorim, o ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) e representantes religiosos, como dom Evaristo Pascoal Spengler, bispo da Prelazia do Marajó (PA) e representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e a presbítera Anita Sue Wright, primeira-vice-presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).
Ontem (03/09), o presidente do Sindicato, Paulo Garrido, destacou essa e outras ações da Asfoc por direitos dos trabalhadores e a unidade na luta na Mesa “Desigualdade, Democracia e Políticas Sociais”, em comemoração aos 65 anos da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp).
Paulinho também convocou todos a participar do Grupão de Mobilização na próxima sexta-feira (06/09), a partir das 11 horas, na sede do Sindicato. “Vamos organizar a participação dos trabalhadores e estudantes da Fiocruz no Grito dos Excluídos, que acontece no sábado, 7 de setembro”.
65 anos da Ensp – A Asfoc-SN participou ontem de manhã (03/09) da Mesa de abertura do aniversário de 65 anos da Ensp. No início da fala do presidente do Sindicato, Paulo Garrido relembrou uma frase do pesquisador e ex-presidente da Fiocruz Luiz Fernando Ferreira.
“A nossa Escola tem sido uma casa de pensamento e ação, com fundamentação teórica ampla, do nível molecular ao social, com um objetivo claro: oferecer melhores condições de saúde para a população”.
De acordo com Paulinho, em um mundo globalizado em que os contatos entre as populações se intensificam não há como não pensar em uma saúde também global.
“Pensar grande. Pensar políticas solidárias sempre esteve nos horizontes da Ensp. Não existe desenvolvimento decente sem que a defesa da vida e de condições dignas para todos sejam prioridades colocados como elementos prioritários e fundantes do projeto nacional. Que ninguém seja deixado para trás! Viva a Ensp! Viva Sergio Arouca! Viva a Fiocruz e o SUS!”, afirmou Paulinho, ao lado da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, do vice-diretor de Desenvolvimento Institucional e Gestão da Ensp, Alex Molinaro, e da representante dos estudantes da Escola, Júlia Peixoto.
Durante a fala, o presidente da Asfoc-SN prestou solidariedade ao diretor da Ensp, Hermano Castro, pela morte de sua mãe, Erani Albuquerque de Castro, na segunda-feira (02/09). O Sindicato lamentou também o falecimento de Tibério César, pai do coordenador das Ações de Prospecção da Fiocruz, Carlos Gadelha.
Confira na íntegra a fala do presidente Paulo Garrido!
65 anos da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
“A nossa escola tem sido uma casa de pensamento e ação, com fundamentação teórica ampla, do nível molecular ao social, com um objetivo claro: oferecer melhores condições de saúde para a população”, Luiz Fernando Ferreira.
“Nossa Escola chega aos 65 anos buscando refletir sobre as tensões que marcam as relações entre a desigualdade, a democracia e as políticas sociais. Uma reflexão atual e necessária em um mundo em que, ao mesmo tempo que a concentração de renda atinge patamares escandalosamente nefastos, verifica-se um forte ataque às políticas e às instituições do estado de bem-estar. Tempos em que o setor financeiro assume as rédeas, impondo racionalidades contrárias aos ideais, as organizações, mecanismos e redes sociais de solidariedade. Tempos em que o mercado se torna uma ameaça à democracia, manipulando eleições, controlando informações, espalhando mentiras ou corrompendo instituições.
Nesse tempo de queimadas, reais ou metafóricas, o obscurantismo ataca a ciência e impõe silencio sobre dados estatísticos e análises destoantes do pensamento oficial. No mundo todo as posições se acirram e se observa uma luta entre a barbárie e as forças da civilização. Nesses tempos não há lugar para uma ciência não engajada. Uma ciência, como dizia Oswaldo Cruz, liberta do “rol das flores de erudição” e do “terreno fofo dos conhecimentos teóricos”. Uma ciência na linha de frente de combate às mazelas e aos problemas do país sempre foi o objetivo perseguido pela ENSP. Uma concepção distante de uma ciência desencarnada das condições de vida e das mazelas que afligem grandes parcelas da população e sabotam o desenvolvimento econômico e social do país.
É por isso que devemos reafirmar o caráter nacional da ENSP. Uma reafirmação que passa, como sempre passou, por unir o saber acadêmico ao trabalho daqueles que estão na ponta. Daqueles que estão nos serviços de saúde espalhados por esse imenso país. Um objetivo permanentemente perseguido e atualizado nas suas formas de atuação. Pensar e repensar o SUS passa necessariamente pelo fortalecimento dos elos que unem a excelência acadêmica ao cotidiano e desafios daquela que, ao lado da educação, se constitui em uma das mais abrangentes políticas públicas já implementadas em nosso país e no mundo. Uma política e um sistema que tem a Ensp como um dos seus locais de gestação.
Cada vez mais é preciso pensar a saúde pública no contexto nacional e internacional. Em um mundo globalizado em que os contatos entre as populações se intensificam não há como não pensar em uma saúde pública também global. Pensar grande. Pensar politicas solidárias sempre esteve nos horizontes da ENSP. Parabéns à nossa querida Escola!!! Não existe desenvolvimento decente sem que a defesa da vida e de condições dignas para todos sejam prioridades colocados como elementos prioritários e fundantes do projeto nacional. Que ninguém seja deixado para trás! Viva a ENSP! Viva Sergio Arouca! Viva a Fiocruz e o SUS!”.