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Asfoc lamenta morte do pesquisador emérito da Fiocruz Zilton de Araújo Andrade

A Asfoc-SN lamenta profundamente a morte do pesquisador emérito da Fiocruz Zilton de Araújo Andrade. Na manhã de ontem (22/07), o pesquisador, de 96 anos, foi encaminhado à emergência do Hospital da Bahia, em Salvador, onde teve uma parada cardiorrespiratória – após constatação de um quadro de choque hipovolêmico por HDA. O corpo de Zilton foi enterrado no mesmo dia, no Cemitério Jardim da Saudade, na capital do estado. Neste momento de muita tristeza, o Sindicato se solidariza com os familiares e amigos.

**Histórico:

Um dos mais renomados patologistas brasileiros, e reconhecido internacionalmente por suas contribuições à ciência, Zilton Andrade era casado desde 1953 com a também pesquisadora Sonia Andrade, de 92 anos. Os dois trabalharam durante décadas na Fiocruz Bahia e receberam, em 2012, os títulos de pesquisadores eméritos da Fiocruz. Os principais interesses de Zilton em pesquisa científica tinham como foco os modelos experimentais de fibrose (esquistossomose murina e fibrose septal associada com infecção por Capillaria hepatica no rato) e cirrose (pelo tratamento com tetracloreto de carbono no rato) hepáticas e a patologia de enfermidades como esquistossomose e doença de Chagas.

Baiano da cidade de Santo Antônio de Jesus, Zilton tomou a decisão de estudar medicina pela leitura de obras sobre ciência e a vida de grandes cientistas. Um livro que muito o impressionou foi “Caçadores de micróbios”, de Paul de Kruiff. Zilton se formou em Medicina em 1950, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), na qual alcançou o posto de professor titular em 1974 e o de professor emérito em 1985. Nos anos seguintes à formação fez residência médica em patologia na Universidade de Tulane, em Nova Orleans, doutorado em patologia pela Universidade de São Paulo e estágio de pós-doutorado no Hospital Monte Sinai, em Nova York. O pesquisador era membro da Academia de Medicina da Bahia e sócio emérito da Sociedade Brasileira de Patologia. Ele também era membro da Academia Brasileira de Ciências e membro honorário da Sociedade Latino-Americana de Patologia, da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene (EUA) e da Sociedade Argentina de Cardiologia.

Entre as condecorações mais importantes que recebeu estão a de comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidência da República do Brasil (1995) e Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidente da República do Brasil (2005). Ele recebeu também o Prêmio Alfred Jurzykowski da Academia Nacional de Medicina e o Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia do CNPq. Zilton foi agraciado ainda com a Comenda Euryclides de Jesus Zerbini, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e a Medalha de Alto Mérito, do Conselho Regional de Medicina da Bahia, entre muitas outras premiações.

Na Fiocruz Bahia, foi o primeiro diretor, de 1981 a 1990, e pesquisador-titular. A unidade tem um pavilhão que leva o seu nome, o qual abriga a maioria dos laboratórios da instituição. Em 2011 Zilton lançou o livro “Realidade brasileira em debate”. A obra é uma reunião de artigos publicados na coluna que manteve no jornal “Tribuna da Bahia” entre 1985 e 1987. O livro, publicado pela Editora da Ufba, aborda o ensino universitário e a pesquisa científica, além de questões como políticas de saúde, reformas política, agrária e educacional e política internacional, entre outras.

** Informações sobre o histórico do pesquisador: Fiocruz Bahia (Instituto Gonçalo Moniz).

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