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Trabalhadores da Fiocruz seguem mobilizados – Listas para a paralisação devem ser enviadas até segunda (22/08)

Conforme decisão da última Assembleia Geral dos trabalhadores da Fiocruz (16/08), a paralisação da semana que vem acontecerá nos dias 24, 25 e 26 de agosto. A próxima Assembleia está confirmada para segunda-feira (22/08), às 13 horas, no auditório do Politécnico.

As listas de plantão deverão ser encaminhadas à Asfoc até as 13 horas da segunda. Em reunião do Comando de Mobilização, junto com a direção do Sindicato, foi identificado que diversas atividades não essenciais foram mantidas nos dias de greve dessa semana, como, por exemplo, aulas em algumas unidades. As listas, que deverão ser reduzidas, serão avaliadas após a Assembleia desta segunda. Uma comissão do Comando de Mobilização, acompanhada da diretoria do Sindicato, participará das negociações para uma possível redução de atividades. Assim como ocorreu essa semana, a orientação é de que as obras também não funcionem.

A paralisação de dois dias teve grande adesão dos trabalhadores da Fiocruz e ganhou boa repercussão na mídia. Foi divulgada pelos jornais O Dia, JB Online, Correio Braziliense, rádios BandNews, CBN e TV Record (clique aqui para assistir), entre outros sites de notícias.

Veja abaixo a nota publicada no jornal O Globo, na edição da quinta-feira (18/08), conforme aprovada na última Assembleia:


Trabalhadores da Fiocruz mobilizados

Servidores não são os vilões dos gastos públicos

Os trabalhadores da Fiocruz desencadearam uma greve progressiva a partir dessa semana pelo avanço nas negociações com o Ministério do Planejamento. Tal medida, drástica, se deu pela protelação com que o governo vem tratando os servidores desta Casa, reconhecidos pelo serviço público de qualidade prestado à população de todo o País.

Na Mesa de Negociações há cerca de dois anos, os trabalhadores da Fiocruz ainda não têm sequer a certeza de que serão contemplados no projeto de reajustes e reestruturação de carreiras do serviço público a ser enviado ao Congresso Nacional até o próximo dia 31 de agosto, para aplicação apenas em 2012.

Após muita pressão, o governo finalmente apresentou uma proposta oficial, apenas no início dessa semana, mas muito aquém das reivindicações dos trabalhadores. Recusada por unanimidade em Assembleia realizada na terça-feira (16/08), os trabalhadores seguem mobilizados para reverter o impasse.

Neste período, foram inúmeras reuniões com a Secretaria de Relações do Trabalho do Planejamento, além da realização de um Grupo de Trabalho, junto com técnicos do governo e a direção da Fiocruz, para a elaboração de uma estrutura de carreira adequada a melhor execução das atividades na Instituição. Tudo isso em vão!

Mesmo com um Memorial das negociações, assinado no final da gestão do governo Lula pela direção do Sindicato (Asfoc-SN), Presidência da Fiocruz e Ministério do Planejamento, o governo continua apresentando dificuldades para atender satisfatoriamente os compromissos assumidos.

Os trabalhadores da Fiocruz estão há dois anos sem qualquer reajuste. Já são 48 meses de perdas salariais sem ao menos a reposição da inflação. No acumulado do período, de acordo com o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), houve uma desvalorização dos salários de 14,3%.

O governo utiliza agora como argumento a crise econômica mundial para não conceder reajustes aos servidores. Essa postura fará também com que os investimentos no setor público diminuam ainda mais, o que prejudicará a qualidade dos serviços prestados à população.

Os trabalhadores não aceitam tais argumentos. Nos últimos anos, a arrecadação do governo cresce sistematicamente, no entanto esses recursos têm sido direcionados para o pagamento da dívida pública. A folha de pessoal da União, contrariamente, vem a cada ano diminuindo sua proporção em relação à Receita Corrente Líquida.

Conforme análise do movimento Auditoria Cidadã da Dívida (http://www.divida-auditoriacidada.org.br), em documento produzido para a Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais (Cnesf), os salários dos servidores, em 1995, representavam mais da metade da receita líquida do governo (56%), enquanto que no ano passado o gasto com pessoal alcançou apenas 33% do total.

Em 2010, a dívida pública consumiu vultosos R$ 635 bilhões, ou seja, quase quatro vezes mais que os R$ 167 bilhões gastos com os servidores federais. Do total do Orçamento Geral do governo (R$ 1,4 trilhão), 44,93% foram utilizados para o pagamento de juros, amortizações e refinanciamento da dívida. Já o destinado para a área da saúde, por exemplo, não chegou a 4% desse valor!

Junto com outras categorias, os trabalhadores da Fiocruz cobram a definição de uma data-base para o serviço público federal e a reposição emergencial das perdas inflacionárias, o que vem sendo negado pelo governo. O impacto anual estimado para o reajuste pleiteado pelos servidores representa o mesmo que o pagamento de duas semanas da dívida pública federal.

Os servidores públicos não são os vilões dos gastos públicos e não podem pagar por mais essa crise! Entenda melhor o processo de negociação e acompanhe nossa luta pelo site (www.asfoc.fiocruz.br).


Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN)

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