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Trabalhadores da Fiocruz mobilizados na luta pelo reajuste salarial durante as comemorações dos 122 anos da Instituição

Uma agenda repleta de atividades, sindicais e culturais, um Ato público em frente ao Castelo e o lançamento de um manifesto “Saúde é democracia. Democracia é saúde” marcaram na semana passada as comemorações pelos 122 anos da Fiocruz.

O ponto alto foi uma manifestação, na tarde de quarta-feira (25/05), onde se abriu um enorme Banner nas escadarias do Castelo com a seguinte mensagem: “Trabalhadoras e trabalhadores da Fundação Oswaldo Cruz. Somos saúde, ciência e cidadania. Paz, democracia e vida digna para todas e todos”.

Ex-presidentes da Asfoc-SN também foram convidados pela direção do Sindicato para estarem à frente do Ato, em homenagem, respeito e admiração, pelo legado, ensinamentos, desafios e responsabilidades que nos transmitiram. Manter e fortalecer a Asfoc como o farol e esteio da resistência são as maiores forças mobilizadoras das ações políticas na Fiocruz. Estiveram presentes Hayne Felipe, André Malhão, Rogério Lannes, Paulo César de Castro Ribeiro e Justa Helena Franco. Foram lembrados ainda Pedro Barbosa, Álvaro Nascimento, Ilma Noronha e Rita Mattos que não puderam comparecer.

Durante o evento, o pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Renato Cordeiro, leu o manifesto do Comitê das Trabalhadoras, Trabalhadores e Estudantes da Fiocruz em Defesa da Democracia, que já conta com centenas de assinaturas, dentre elas de ex-ministros da Saúde – clique aqui para ler o documento.

As homenagens da Asfoc-SN às trabalhadoras e trabalhadores Fiocruz se iniciou pela manhã, quando parlamentares das bancadas estadual e municipal do Rio de Janeiro debateram o tema “Desafios das Eleições de 2022”. Na abertura, a presidente do Sindicato, Mychelle Alves, chamou os convidados a refletir sobre qual país queremos.

“Não somos meros espectadores da realidade. Somos construtores do mundo que queremos viver. Participar efetivamente da reconstrução do nosso país. Estamos num ano decisivo. Ano de eleições. Ano de derrotar a política neoliberal, autoritária e de morte do governo Bolsonaro. Porque defendemos a vida! Defendemos a Fiocruz! Defendemos os serviços públicos, as servidoras e os servidores! Defendemos a ciência e tecnologia! Defendemos o SUS! Sistema de saúde que deu respostas para a população durante a pandemia de Covid-19, e fez, novamente, brotar a esperança de um país melhor. Um país soberano, democrático, mais justo e mais equânime. Enfim, um país em que a classe trabalhadora possa fazer a diferença no presente, passado e, principalmente, futuro”.

Paulo Garrido lembrou que a pauta de lutas dos trabalhadores é bastante ampla: em defesa da democracia, da ciência e tecnologia, do serviço público, do Sistema Único de Saúde, dos trabalhadores, pela soberania nacional e por direitos. De acordo com ele, a ampliação da mobilização aconteceu durante as reuniões, grupões e assembleias com os trabalhadores nas unidades.

Como desdobramento do processo de construção das agendas foi constituído, então, o Comitê em defesa da democracia na Fundação Oswaldo Cruz. “É um importante momento, com muita luta política”, comemorou Paulinho, que também é conselheiro nacional de saúde e coordenador da Associação Nacional em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid19 – Vida e Justiça.

Representando a Fiocruz, o chefe de Gabinete da Presidência, Juliano Lima, disse ter muito orgulho de pertencer a um “sindicato reconhecido pela sua combatividade na defesa dos trabalhadores da Fiocruz, da ciência e tecnologia”. “A Asfoc se destaca na defesa intransigente das pautas da Instituição”, afirmou.

O ex-presidente da Fiocruz e assessor científico sênior Akira Homma destacou o centenário da Fundação pela sua “pujança, vitalidade e presença absoluta na saúde pública brasileira”. Akira também agradeceu ao Sindicato pela iniciativa de comemorar os 122 anos da Fiocruz. “A Asfoc está de parabéns por trazer essa data em comemoração pela valorização dos trabalhadores do Brasil”, afirmou.

Para ele, o SUS mostrou ainda mais sua relevância na pandemia. Segundo Akira, se houvesse mais investimentos na área, o sistema de saúde poderia ter mais possibilidades de atender à população. “Para isso, precisamos de uma política de Estado em ciência e tecnologia, e neste sentido espero que a Asfoc também batalhe no contexto da saúde e democracia”, frisou.

No debate sobre Eleições, dois assuntos foram tônica entre os parlamentes: é preciso derrotar o bolsonarismo e eleger Luiz Inácio Lula da Silva.

A deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB) disse que é o momento de renovar a esperança. “Vamos trazer de volta o trabalhador que mudou a situação do país, que fez o povo comer carne, a voltar a estudar, a entrar na universidade, a conseguir andar de avião. (…) Não podemos titubear nessa luta de trazer de volta a democracia e soberania. Não podemos titubear no estado do Rio de Janeiro e tentar acabar somente com Bolsonaro. Nós temos que acabar também com o bolsonarismo”.

O vereador Reimont (PT) afirmou que a população não quer estar de mãos dadas com a barbárie e não quer romper com a democracia. “Sem mencionar nomes de inomináveis, precisamos tirar o inquilino do Palácio do Planalto e eleger Luiz Inácio Lula da Silva”, frisou ele, acrescentando que o solo da Fiocruz é sagrado.

“Quando passamos pela Avenida Brasil ou Leopoldo Bulhões e olhamos para a Fiocruz, devemos nos emocionar. Aqui é espaço de pesquisa, ciência, tecnologia, de luta de trabalhadores que investem a sua vida e suas energias para defender aquilo de mais sagrado que há para a humanidade: a saúde pública de qualidade, indispensável para a vida do povo e para a soberania do país, tão atacada pelo atual governo genocida”.

O também vereador Lindbergh Farias (PT) disse estar feliz ao ver a força da Fiocruz resistindo aos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. “Não é pouca coisa. A gente sabe dos ataques aos servidores públicos com um todo, que estão sem reajuste, sem concurso. (…) A gente pode virar a página do país, retomar a democracia e eleger novamente Lula presidente da República”, vibrou.

Para o deputado estadual Flávio Serafini (PSOL), a Fiocruz se mostrou ainda maior na pandemia. “A Fiocruz tem conseguido resistir ao golpe e dar respostas fundamentais à população brasileira, reafirmando a importância das instituições públicas, com papel produtivo e estratégico do complexo econômico industrial de saúde. Parabéns por sua história de luta, resistência, construção da saúde pública no país e para o fortalecimento dos SUS”.

De acordo com Serafini, o atual cenário é o pior já presenciado por sua geração, com aprofundamento da pobreza, aumento da inflação, desmonte dos serviços públicos, corrosão da democracia e inédito fortalecimento do setor de armas.

“Vamos com Lula no primeiro turno porque não dá para hesitar. Porque Lula pode nos levar a derrotar o bolsonarismo. Porque Lula pode abrir um novo ciclo, uma nova agenda política social no país. Porque Lula vai nos ajudar a frear esse processo de desmonte do Estado brasileiro. (…) Temos que derrotar o fascismo nas urnas e nas lutas”.

O deputado estadual Carlos Minc (PSB) destacou que, quando o “fascismo é uma ameaça real e concreta, a única tática correta é isolar e derrotar o insano tirano”.

Minc chamou os trabalhadores da Fundação de “nosso orgulho” e afirmou que a “Fiocruz teve, tem e terá um grande papel nessa vitória na construção de um programa sustentável e inclusivo para o Brasil”.

O também deputado Paulo Pinheiro (PSOL) lembrou que a Fiocruz é uma das poucas exceções dentro da área da Saúde brasileira que não foi destruída. “A atuação da Fiocruz na pandemia foi essencial, mostrando que é possível dentro do Brasil fazer uma política de saúde séria. Isso se deve não só a essas paredes, mas ao que a Fiocruz tem de mais importante: os trabalhadores”.

Em relação às Eleições, Paulo Pinheiro disse quere ver Lula presidente da República, Marcelo Freixo governador do Rio e Alessandro Molon como senador. “Quando discutimos na Casa Legislativa, temos que brigar contra o fascismo, contra o Bolsonaro e semelhantes. Nós precisamos eleger não somente o presidente Lula, precisamos eleger uma grande bancada de deputados federais”, ressaltou.

Presidente da Central Pública, José Gozzi disse que Lula pode ajudar a mudar o Brasil, mas não será sozinho. “Nós temos de que ajudá-lo! Servidores públicos têm a obrigação de trabalhar por um Brasil diferente”, concluiu Gozzi. Durante o debate no auditório de Biomanguinhos, as inscrições foram abertas para o plenário – que contou, inclusive, com a participação da pré-candidata da Casa Mariana Nogueira.

No fim do dia, houve apresentações culturais, com shows da Batucada da Democracia e do Discípulos de Oswaldo. Durante a atividade, a Diretoria da Asfoc fez uma homenagem ao ritmista Fábio Correa, morto pela Covid em 2021. Uma placa foi entregue a familiares agradecendo o empenho e a dedicação de Fabinho ao Bloco de carnaval da Asfoc.

2º dia – No segundo dia de atividades em homenagem às trabalhadoras e trabalhadores da Fiocruz pelos 122 anos da Fundação, a Asfoc-SN promoveu um debate com os movimentos sociais. Uma demonstração da capacidade e relevância da articulação e construção com os movimentos sociais e populares.

O evento, realizado na quinta-feira (26/05), na Estação do Trenzinho, contou com representantes de diversas entidades: Levante Popular, Periferia Viva, Associação Nacional de Pós-graduandos, Fórum de Pré-Vestibulares Populares do RJ, Grêmio Estudantil da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico, Associação dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro e Médicos e Médicas Populares.

Uma demonstração da capacidade e relevância da articulação e construção com os movimentos sociais e populares.

O dia terminou com as apresentações culturais do Grupo Samba das Mulheres e da Banda Música Urbana.

3º dia – Saúde, Ciência, Democracia e Cidadania – Os deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foram os destaques do terceiro dia de comemorações dos 122 anos da Fiocruz. Os parlamentares participaram do debate promovido pela Asfoc-SN (“Saúde, Ciência, Democracia e Cidadania”), na Estação do Trenzinho.

Como seus colegas da bancada estadual e municipal, elogiaram a atuação da Fiocruz e foram enfáticos: é preciso derrotar Bolsonaro nas urnas e eleger Lula para a democracia voltar a vigorar no país.

“Quando a democracia se fragiliza, o SUS corre grande risco de começar a ter mensalidade paga… as universidades entram nessa conversa de pagar mensalidade. (…) Quando saúde e universidade foram gratuitas? Nunca foram! Quem paga o orçamento do governo? Somos nós… são os tributos e impostos. Vamos parar com essa conversa. A sociedade inteira paga. Ela é pública, bancada pelo Estado. Quem banca o Estado? É o povo. Não há nenhum favor em garantir universidade e o SUS. Todos nós pagamos”, afirmou.

Jandira também ressaltou que é possível virar o jogo nas Eleições. “Precisamos derrotar o senhor Jair Bolsonaro nas urnas. Tenho muita convicção que precisamos eleger Luiz Inácio Lula da Silva”, disse a deputada. E complementou: “A Fiocruz é um orgulho para o Brasil e internacional. Quem faz uma instituição são as trabalhadoras e trabalhadores. Temos que valorizar as pessoas que constroem essa Instituição há 122 anos”, comemorou.

“Se tem uma instituição que colabora para que um dia o Brasil possa encher a boca para dizer que é uma nação, essa instituição é a Fiocruz. (…) No meio de tantos ataques do governo à democracia, à cidadania, à ciência e à saúde, também temos coisas a comemorar: a resistência, a resiliência, a firmeza da Fiocruz no cumprimento da sua missão. E vocês (trabalhadores) são a alma disso”, ressaltou Alessandro Molon.

O parlamentar ainda se comprometeu em abreviar o término do atual “governo da morte”. “Vamos lutar para que no dia 2 de outubro o Brasil se veja livre dessa desgraça”.

Após as falas dos parlamentares, houve espaço para intervenção da presidente da Asfoc, Mychelle Alves; do diretor Carlos Fidelis Ponte; da presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Lúcia Souto; do ex-presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha; da coordenadora do Espaço Casa Viva, Elisabeth Campos Silva; além do vice-presidente do Sindicato, Paulo Garrido.

Em sua intervenção, Paulinho fez duras críticas sobre o tratamento do governo em relação à questão salarial do funcionalismo público federal. “Um governo autoritário, intransigente, que não negocia. Não abre as portas para conversar e humilha, ofende trabalhador, como foi feito recentemente numa vigília em frente ao Ministério da Economia, onde o ministro Paulo Guedes desacatou, ofendeu servidores aposentados”, revelou o vice da Asfoc, *que também cobrou dos parlamentares uma atualização da reivindicação dos trabalhadores da Fiocruz.

A mediação da Mesa foi feita pelo diretor do Sindicato, Luis Claudio Muniz Pereira.

Clique aqui e veja as imagens da semana. Para assistir todos debates na íntegra acesse: https://www.youtube.com/asfocsn

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