Emoções fortes no debate sobre vítimas do sistema de justiça e da violência do Estado e do crime organizado, ontem (27/04), no Fórum Social Mundial Justiça e Democracia, em Porto Alegre. O “pessoal da Fiocruz” (o vice-presidente da Asfoc, Paulo Garrido, o diretor Carlos Fidelis Ponte e a presidente do Cebes, Lúcia Souto) foi citado por um integrante da Mesa e provocou aplausos da plateia.
“A participação da Asfoc no Fórum tem possibilitado muita articulação com os movimentos sociais, instituições, parlamentares e pessoas dedicadas à luta por vida digna para todos. Da moradora da ocupação 20 de novembro, passando pelo ex-vice-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro de Lula e Dilma, Miguel Rossetto, até o reconhecimento de Dilma. Estamos levando o nome do Sindicato para o centro de debates importantes para o país e o enfrentamento do grave momento que vivemos. Articulações que envolvem as conferências livres de saúde, os comitês de luta, a luta sindical e as eleições”, relataram Paulo Garrido e Carlos Fidelis Ponte.
Estiveram na Mesa Ana Paula Oliveira, criadora do movimento “Mães de Manguinhos”; a líder indígena Fernanda Kaigang; Marinete Silva, mãe da vereadora assassinada Marielle Franco; o jornalista Luis Nassif e a ex-presidente Dilma Rousseff.
O Sindicato também participou ontem dos painéis “Capitalismo, mundo do trabalho e as instituições públicas: contradições e perspectivas pós-pandemia” e “Capitalismo, desigualdades, relações sociais, mundo do trabalho e sistemas democráticos de justiça”.
Miguel Rosseto afirmou que é preciso reverter as regras neoliberais impostas ao mundo do trabalho, com milhões de desempregados no Brasil e milhões vivendo na informalidade. “Isso dá conta do fracasso da reforma trabalhista do ponto de vista de quem trabalha. Reforma trabalhista retirou direitos, precarizou relações de trabalho, fragilizou sindicatos e permitiu uma acumulação maior. Retiraram direitos, aumentou a pobreza, diminuíram salários, não houve crescimento econômico e a desigualdade aumentou”, frisou.
Ele destacou ainda que uma das primeiras medidas do governo Michel Temer foi acabar com o Ministério do Trabalho e disse que é importante que um novo governo progressista recrie o órgão e assuma uma agenda do mundo do trabalho. “É impossível pensar o Brasil sem que o tema do trabalho seja um tema central. Não tem democracia que sobreviva a essa desigualdade e a essa injustiça social. O tema do trabalho deve ser discutido centralmente. O trabalho produz a riqueza do país e deve ser valorizado”, concluiu.
Paulinho ressaltou que “essas discussões devem ser levadas para dentro dos espaços da Fiocruz, Asfoc, Presidência e Conselhos Deliberativos”.
Mais cedo, o Sindicato participou do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Vítimas da Covid-19, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Paulo Garrido foi citado pela Mesa de organização do evento – que contou ainda com a presidente do Cebes e representante da Frente pela Vida, Lúcia Souto, e o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto. Em um painel, Paulinho fez uma homenagem aos trabalhadores da Fiocruz vítimas da Covid-19.
Pela Frente Parlamentar em Defesa das Vítimas da Covid-19 serão realizadas audiências públicas em macrorregiões de Saúde. A bancada do PT protocolou Projeto de Lei para concessão de auxílio para crianças e adolescentes órfãs da pandemia. Todas as iniciativas da seccional gaúcha da Vida e Justiça estão articuladas com o Comitê Estadual em Defesa das Vítimas da Covid-19.
Neste momento, a Asfoc-SN participa do lançamento da Frente Nacional contra a Fome. À tarde haverá atividades do Conselho Nacional de Saúde.
Oficina de Enfrentamento à Violência de Gênero e Racial no Trabalho – A Internacional do Serviço Público (ISP), integrada pela Asfoc-SN, concluiu quarta-feira (27/04), em São Paulo, a “Oficina de Enfrentamento à Violência de Gênero e Racial no Trabalho”. Durante dois dias, o Comitê de Mulheres da ISP, com a participação do Comitê LGBTQIA+, Comitê de Juventude e Comitê de Combate ao Racismo e à Xenofobia, discutiu estratégias de lutas contra um problema que afeta milhares de trabalhadoras e trabalhadores em todo o mundo.
“A participação na oficina foi de suma importância para criarmos estratégias de enfrentamento à violência de gênero e racial no trabalho”, afirmou a presidente da Asfoc-SN, Mychelle Alves, ressaltando ainda a questão da pandemia. “O que percebemos, e os números de diversas pesquisas demonstram isso, é que houve um aumento considerável da violência contra as mulheres durante esse período de isolamento social. O racismo também se aflorou ainda mais”, frisou.
A ISP é a Federação Sindical Internacional – sindicato global – para os trabalhadores de serviços públicos. A ISP agrupa 635 sindicatos filiados em 156 países. Juntos, estes sindicatos representam mais de 20 milhões de trabalhadores/as de serviços públicos, que prestam serviço na administração pública, nos serviços sanitários e sociais, nos serviços municipais e das empresas de serviços públicos, como água, saneamento, energia elétrica, limpeza urbana, dentre outros.
A ISP trabalha pela defesa dos interesses dos trabalhadores do serviço público. Desde sua fundação, em 1907, a ISP vem coordenando as lutas dos/as trabalhadores/as do setor público pela defesa de seus direitos, da justiça social e econômica e da qualidade e acessibilidade dos serviços públicos.
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