A Asfoc-SN participou segunda-feira (06/12) da Mesa de abertura do IX Congresso Interno da Fiocruz. Na fala inicial, a presidente do Sindicato, Mychelle Alves, fez uma homenagem à memória das mais de 600 mil vidas perdidas na pandemia no país. “Vidas que poderiam ter sido salvas por uma resposta sensata ao avanço do coronavírus em nosso país”.
A presidente do Asfoc também ressaltou que a Instituição é construída cotidianamente por servidores, terceirizados, bolsistas, estudantes e o público usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). “A Fiocruz é a sua história. Uma história encarnada. Uma história que tem por marca de nascença pensar o país. A Fiocruz é escuta e investigação sobre as mazelas e os desafios de um país real. Um país percorrido e monitorado pelos profissionais de uma Instituição presente em todo o território. A Fiocruz é também o país desejado e ainda por construir”.
Lendo texto da Direção do Sindicato, ela destacou o simbolismo da abertura do Congresso Interno acontecer no Dia Nacional de Luta por uma sociedade mais justa. “Estamos na 13ª semana de mobilização, com trabalho forte em Brasília, nos estados e municípios. Na luta pelo fortalecimento dos serviços públicos e pela valorização das servidoras e servidores, por concursos, por direitos, pela vida e por dignidade”.
Para a Asfoc, “o Congresso deve exercer o direito à resistência frente a ações e omissões do poder público que vulnerabilizam ou podem vulnerabilizar os direitos reconhecidos constitucionalmente e deve demandar o reconhecimento de novos direitos”.
O Congresso encerra hoje (10/12), Dia dos Direitos Humanos, data para demarcar a história de luta pela não violação dos Direitos Humanos, como também de apontar para estratégias de construção de um mundo com respeito à dignidade da pessoa humana.
“Convidamos a todos para fazermos desse Congresso um caminho que nos conduza a um futuro com a equidade como pilar central. É com esse pensamento que convidamos a todas e todos a acompanhar os debates do IX Congresso Interno da Fiocruz”.
Neste sentido, Mychelle convidou os trabalhadores para acompanharem também a entrega do Prêmio Sergio Arouca de Saúde e Cidadania e a Medalha Jorge Carelli de Direitos Humanos, na próxima segunda-feira (13/12), a partir das 10 horas, em solenidade transmitida pelas redes sociais da Asfoc.
Ela encerrou o discurso afirmando que o IX Congresso Interno é um momento rico de reflexão sobre o papel das trabalhadoras e trabalhadores da Fiocruz, dos militantes da saúde e cidadãos na construção de uma Instituição sintonizada com as demandas da sociedade e com os desafios de construção do país desejado. “Viva a nossa democracia!”, finalizou.
Confira abaixo o discurso na íntegra!
Ao participar dessa solenidade de abertura do IX Congresso Interno da Fiocruz, a Asfoc-SN gostaria de homenagear a memória das mais de 600 mil vidas perdidas na pandemia. Vidas que poderiam ter sido salvas por uma resposta sensata ao avanço do coronavírus em nosso país. Gostaríamos também de saudar todas as delegadas e delegados, todas as observadoras e os observadores, todas as trabalhadoras e trabalhadores da instituição.
Uma instituição construída cotidianamente por todos nós servidores, terceirizados, bolsistas, estudantes e o público usuário de nossos serviços e produtos.
A Fiocruz é a sua história. Uma história encarnada. Uma história que tem por marca de nascença pensar o país. A Fiocruz é escuta e investigação sobre as mazelas e os desafios de um país real. Um país percorrido e monitorado pelos profissionais de uma instituição presente em todo o território. A Fiocruz é também o país desejado e ainda por construir.
Pensar a Fiocruz do futuro e os desafios para a conquista das condições que determinam um quadro sanitário desejado, é também identificar obstáculos e traçar estratégias de superação. É reunir as experiências resultantes de um projeto que desde o início teve como pretensão colocar a ciência e a tecnologia como elementos essenciais para vencer o enorme passivo histórico e os graves desafios em um país dependente e periférico. Um país fortemente marcado por um passado escravista e colonial.
Saúde, ciência, tecnologia, sustentabilidade ambiental e políticas de bem-estar e seguridade social se revelam como áreas fundamentais para a garantia de qualidade de vida e de um desenvolvimento econômico inclusivo. Apesar dos baques sofridos, aprendemos muito.
A Asfoc-SN se integra ao Conselho Nacional de Saúde e fará parte do quadro de entidades que integram a gestão (2022-2024) do Conselho. O sindicato compõe o segmento de entidades nacionais dos profissionais de saúde (que inclui a comunidade científica da área), e consideramos um grande desafio e honra a representação do controle social da Saúde. Este é um momento crucial de enfrentamento para defender o SUS e buscar as estratégias para realizar as ações necessárias para realização da 17ª Conferência Nacional de Saúde, desenvolver uma participação firme e permanente em defesa do SUS, com observância dos princípios constitucionais da assistência integral, acessível e de qualidade, lutar por melhores condições para as trabalhadoras e trabalhadores, para os seus postos de trabalho bem como no acesso aos cuidados da saúde e valorização profissional.
Simbólico também a abertura do Congresso Interno ser num Dia Nacional de Luta por uma sociedade mais justa. Estamos na 13ª semana de mobilização, com trabalho forte em Brasília, nos estados e municípios. Na luta pelo fortalecimento dos serviços públicos e pela valorização das servidoras e servidores, por concursos, por direitos, pela vida e por dignidade para todas, todos e todes.
A conquista do direito à saúde depende da realização de outros direitos humanos: à alimentação adequada, moradia, trabalho digno, educação de qualidade, informação e participação. Necessitamos de políticas de equidade e inclusão que nos encaminhe ao reconhecimento e ao respeito das diferenças, que tenham o poder de ajudar a quebrar os ciclos de pobreza. Esse congresso precisa construir uma agenda política de defesa dos direitos individuais e dos segmentos sociais ameaçados pelo moralismo reacionário, que agride os mais elementares direitos humanos de nossa população e tenta sufocar os legítimos anseios de nossa sociedade. É imperioso reconstruir relações entre pessoas, solidariedade, pluralismo e inclusão do qual todos nós dependemos.
Dessa forma esse congresso deve exercer o direito à resistência frente a ações e omissões do poder público que vulnerabilizam ou podem vulnerabilizar os direitos reconhecidos constitucionalmente e deve demandar o reconhecimento de novos direitos.
O congresso finalizará no Dia dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, uma data para demarcar a histórica luta pela não violação dos Direitos Humanos, como também de apontar para estratégias de construção de um mundo com respeito à dignidade da pessoa humana. Convidamos a todos para fazermos desse congresso um caminho que nos conduza a um futuro com a equidade como pilar central. É com esse pensamento que convidamos à todas e todos a acompanhar os debates do IX Congresso Interno da Fiocruz. É nessa mesma perspectiva que convidamos a todos a acompanhar a entrega do Prêmio Sergio Arouca de Saúde e cidadania e a Medalha Jorge Carelli de Direitos Humanos no próximo dia 13 a partir das 10 horas com solenidade transmitida pelas nossas páginas nas redes sociais.
O IX Congresso Interno é um momento rico de reflexão sobre o nosso papel como trabalhadoras e trabalhadores da Fiocruz, como militantes da saúde e como cidadãos na construção de uma instituição sintonizada com as demandas da sociedade e com os desafios de construção do país desejado.
Um bom Congresso para todas, todos e todes nós! Viva a nossa democracia!