Mais um 14 de março sem qualquer avanço. Os últimos seis anos trouxeram o mesmo panorama para a sociedade: nenhuma resposta quanto à verdade sobre o motivo e quem mandou matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
As investigações pouco evoluíram, passaram por diversas obstruções, mas até agora nenhuma satisfação foi dada à sociedade sobre um dos acontecimentos mais graves à democracia. Uma vereadora atuante na defesa dos direitos das mulheres, especialmente a luta pelas mulheres negras, pobres, moradoras das periferias e LGBTQIA+, foi morta e ninguém sabe, até hoje, o motivo do crime.
Para a diretora de Legislação e Assuntos Jurídicos da Asfoc, Mychelle Alves Monteiro o assassinato de Marielle atingiu a todas as mulheres. “Marielle gerou muitas sementes e eu me considero também uma semente. A minha luta vai muito além da militância, mas também como política de gênero e de raça”, afirmou.
Ela ressalta que “a luta deve ser para descobrir o mandante, mas principalmente, para honrar o legado não só de Marielle, mas de Dandara, de Luiza Mahin, e de tantas outras mulheres negras que estão resistindo há centenas de anos neste Brasil ainda muito racista. Seguimos na luta por uma equidade de gênero e racial.”
A diretora de Administração e Finanças, Luciana Lindenmeyer, enfatizou o 14 de março não só pela morte de Marielle, mas também pelo nascimento de Carolina Maria de Jesus e Abdias do Nascimento, referências no combate ao racismo.
“Eu estava indo para o Fórum Social Mundial com o presidente Paulinho, cancelamos a nossa ida e voltamos para o Rio de Janeiro para tocar um ato de solidariedade. É muito importante marcar essa data para que outras situações como essa não ocorram. Que a gente enfrente essa violência política de gênero que a Marielle viveu”, destacou Luciana.
Ela comentou ainda sobre as iniciativas da Asfoc quanto à discriminação e o reconhecimento das mulheres. “O sindicato vem atuando em inúmeros enfrentamentos ao racismo e de valorização das mulheres. Seguimos na luta por uma sociedade sem violência de gênero e sem violência contra as mulheres negras. Em breve teremos mais notícias e ações pois o racismo precisa ser combatido diariamente, para além de datas específicas e pontuais”, finalizou.
Por todo o Brasil, atos foram convocados para este 14 de março por diversos movimentos para lembrar da trajetória de Marielle e de sua representatividade, além da cobrança por justiça e reparação.
Mais quantos anos vamos ter que esperar? A população precisa de respostas claras sobre a resolução deste crime.